Ibovespa

Ibovespa sobe com bancos após alta da Selic, apesar de viés negativo externo

Depois de instabilidade, o dólar firma-se em queda, renovando mínimas para a faixa de R$ 5,020, enquanto os juros futuros têm valorização firme.

Agência Estado
postado em 17/06/2021 11:39 / atualizado em 17/06/2021 11:39
 (crédito: Divulgação/Semtran RJ)
(crédito: Divulgação/Semtran RJ)
Destoando da abertura de queda em Nova York, o Ibovespa iniciou o pregão desta quinta-feira, 17, em alta, com destaque exatamente das ações do setor financeiro, após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic na quarta-feira em 0,75 ponto porcentual, para 4,25% ao ano, e indicar ajuste de um ponto em agosto, conforme entendimento de alguns no mercado. Depois de instabilidade, o dólar firma-se em queda, renovando mínimas para a faixa de R$ 5,020, enquanto os juros futuros têm valorização firme, se ajustando às decisões de política monetária nos EUA e no Brasil, ontem.
Para Mauro Orefice, diretor de investimentos da BS2 Asset, o Banco Central fez como o esperado, ao retirar do seu cenário básico a premissa de normalização parcial, com juro neutro na faixa de 6,25%.
Depois de ceder 0,64%, aos 129.259,49 pontos, o Ibovespa sobe hoje, mas ainda de forma moderada, num movimento de rotações de carteiras.
Se de um lado os papéis de bancos avançam em reação ao Copom, já que isso sugere spreads mais elevados, de outros segmentos que tendem a sofrer com a elevação da Selic caem na B3, como algumas ligadas ao setor de consumo.
Nem mesmo a valorização de 3,15% do minério de ferro no porto chinês de Qingdao, a US$ 220,82 a tonelada, estimular alta das ações ligadas ao segmento na B3, que voltam a cair depois de robustos ganhos.
"A explicação da alta da Bolsa é o avanço dos bancos. De qualquer maneira, está um pouco desequilibrada em função da rotação na carteira de ativos', afirma o economista-chefe do banco digital ModalMais, Álvaro Bandeira.
A despeito deste comportamento, Bandeira avalia que os investidores vão continuar avaliando as decisões de política monetária no Brasil e nos EUA, ontem, e seus respectivos comunicados com tom mais duro do que o esperado.
O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), por exemplo, elevou suas projeções para a inflação e indicou que o juro pode subir em 2023, antes do esperado, era 2024. Já o Banco Central brasileiro pode vir a promover alta de um ponto porcentual na Selic em agosto, para 5,25%, diante da aceleração inflacionária.
"Além da indicação de alta dos juros nos EUA antes da imaginada, temos de ver quando o Fed começara a sinalizar a retirada de estímulos. Aqui no Brasil, a Selic deve avançar um ponto porcentual agosto e continuar subindo até mesmo para a marca de 7%", acrescenta Bandeira.
Segundo diz, em nota, o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, os investidores ainda tentam entender a direção das políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos.
A despeito de ainda poder reagir, mostrara instabilidade ao Fed e ao Copom, Bandeira pondera que o atual momento pode ensejar algumas compras de ocasião já que a tendência de médio e longo prazos é de alta para o Ibovespa.
As ações da Eletrobras testam alta, quando é esperada a votação, no Senado, da MP que abre caminho para a privatização da companhia. No entanto, o tema tem gerado impasses, à medida que estão sendo colocados novos 'jabutis' (sugestões estranhas à proposta original) e com entidades questionando sua legalidade.
Em tempo: depois de dias com entrada de recursos, houve saída de R$ 350 milhões de estrangeiros da B3 no último dia 15.
 

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