Europa

BoE: Andy Haldane alerta para escalada inflacionária e defende ajustes em QE

Em discurso preparado para evento virtual promovido pelo Institute for Government, Haldane projetou que a inflação no Reino Unido terminará o ano "mais perto de 4% do que de 3%"

Agência Estado
postado em 30/06/2021 09:49 / atualizado em 30/06/2021 09:50
 (crédito: Reprodução/ Bank of England)
(crédito: Reprodução/ Bank of England)
Em seu último dia no cargo de economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Andy Haldane reiterou alertas de que a recente escalada inflacionária pode se converter em um fenômeno duradouro e voltou a defender a redução "imediata" do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) para conter o movimento.
Em discurso preparado para evento virtual promovido pelo Institute for Government, Haldane projetou que a inflação no Reino Unido terminará o ano "mais perto de 4% do que de 3%". Na visão dele, esse cenário pode impulsionar as expectativas para os preços, não apenas nos mercados financeiros, mas também entre famílias.
"Isso deixaria a política monetária com a necessidade de correr atrás do atraso para reancorar as expectativas de inflação através de aumentos materialmente maiores e/ou mais rápidos das taxas de juros do que os atualmente esperados", advertiu.
Em meio a essas dinâmicas, o economista argumentou que o BoE deve diminuir as compras de ativos, a fim de evitar os riscos de que o balanço de ativos fique insustentável. Haldane se disse "desconfortável" com o atual volume de títulos em posse da autoridade monetária, próximo de 1 trilhão de libras.
"Uma cultura de dependência em torno do dinheiro barato surgiu na última década", comentou, acrescentando que o sistema de meta de inflação atravessa o momento mais perigoso desde seu estabelecimento, em 1992.
Para o dirigente, o ciclo de aperto também se justifica pela acelerada recuperação da economia, que tem surpreendido positivamente nos últimos meses, assim como os preços. "O ritmo de recuperação é significativamente mais rápido agora do que após a crise de 2008", ressaltou.
 

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