CB.Agro

DF só produz 10% do mel que consome

Pedro Ícaro*
postado em 17/07/2021 00:37
 (crédito:                 dfgdgws                    )
(crédito: dfgdgws )

O Brasil passa por um problema preocupante, que é a morte de abelhas em consequência do uso de agrotóxicos. Alguns produtos, inclusive, embora proibidos em outros países, são de uso livre no Brasil. Por essa razão, a Associação Apícola do Distrito Federal (APIDF), trabalha junto ao Senado para regulamentar a relação entre agricultores e apicultores. Esse ponto é essencial, segundo o vice-presidente da entidade, Carlos Alberto Bastos, em entrevista ao CB Agro, programa realizado em parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.

“Não tem como parar de usar agrotóxicos, não tem outra maneira de produzir. Nós, apicultores, temos que nos adequar a isso, mas precisamos que os agricultores nos avisem quando forem aplicar veneno. Existem agrotóxicos mais agressivos, e precisamos mudar para que outros menos danosos. Queremos criar uma lei para que exista um contato entre agricultor e apicultor para que a gente saiba quando ele está aplicando esse tipo de produto na lavoura para nos distanciarmos dela”, disse Bastos.

O Cerrado, esclareceu Bastos, é bastante favorável para produção de mel. O clima seco e a baixa umidade influenciam diretamente na qualidade do produto. O Distrito Federal produz cerca de 34 toneladas de mel todos os anos, mas esse volume representa apenas 10% do consumo do produto na região. “O cerrado não é igual a outros biomas que têm muitas floradas. Além disso, há poucos apicultores, e eles não conseguem produzir mais. Mas a associação, todo ano, faz cursos para novos apicultores, e estamos crescendo, melhorando a nossa produção”, explicou o vice-presidente da associação.

O mel tem uma legislação semelhante à aplicada para o leite. “Quando você vai vender para fora de Brasília, o leite tem que ser pasteurizado, e o mel também. Dentro do DF, o mel pode ser cru, ou seja, sem passar pelo processo de pasteurização. O mel cru tem propriedades a mais, porque não foi pasteurizado. No nosso caso, envasamos o produto apenas com a análise química para verificar se é mel mesmo”, explicou. Os produtos da associação podem ser encontrados nas feiras e os vendedores estão identificados com o uniforme da organização, o que gera mais credibilidade para o apicultor, segundo Carlos Alberto Bastos.

*Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza

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