O primeiro semestre de 2021 foi o pior da história da indústria química brasileira desde 2013 em termos de comércio exterior. Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o setor amargou um defcit na balança comercial de US$ 18,6 bilhões de janeiro a junho, devido ao forte aumento das importações.
As exportações brasileiras de produtos químicos de janeiro a junho cresceram 15,6% em relação ao mesmo período de 2020, somando US$ 6,4 bilhões. Enquanto isso, as importações saltaram 27,8%, na mesma base de comparação, totalizando US$ 25 bilhões. Um dos destaques foram os desembarques de resinas termoplásticas, que registraram aumento de 88,9% no período, para US$ 2,8 bilhões.
Os dados fazem parte do Relatório de Estatísticas de Comércio Exterior (Rece), divulgado nesta segunda-feira (19/07) pela Abiquim. No primeiro semestre de 2013, o segmento registrou deficit comercial de US$ 22 bilhões, e, naquele ano, o saldo negativo foi recorde em produtos químicos, de US$ 32 bilhões. O deficit deste ano, de acordo com a entidade, foi 32,7% maior do que o registrado de janeiro a junho de 2020.
No comunicado do relatório, o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, classificou o resultado "encorajador" e "alarmante" para o setor que gera 2 milhões de empregos diretos e indiretos e fatura US$ 101,7 bilhões por ano, pois os dados mostram que o setor atravessa um processo de desindustrialização devido à lentidão das reformas para permitir maior competitividade da indústria nacional, hoje a sexta maior do mundo.
"Indiscutivelmente, o mercado interno é um ativo estratégico para o Brasil. Somente por meio da aceleração das reformas estruturantes, do fortalecimento da competitividade e de um sistema de defesa comercial robusto e eficaz no combate contra práticas predatórias e desleais, é que conseguiremos maximizar a utilização do parque industrial já instalado e captar novos investimentos produtivos, trazendo mais empregos e renda para o Brasil", disse Marino.
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