A Confederação Nacional da Indústria (CNI) demonstrou insatisfação com falas do secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sashsida, em uma live do jornal Valor Econômico, na manhã desta sexta-feira (23). O secretário disse que seria preciso “passar a faca no Sistema S” para poder ajudar jovens carentes.
“Temos que passar a faca no Sistema S, tem que tirar dinheiro deles para passar para o jovem carente, para ele ter uma chance na sua vida de ter um emprego, de se qualificar e conseguir ter uma vida decente para o futuro. O Sistema S tem bilhões de reais em caixa, é inaceitável não aceitar contribuir com programa de qualificação de jovem carente”, disse.
Para Sachsida, a arrecadação do Sistema S é feita à custa dos trabalhadores e empresas brasileiras. Ele disse que, diante disso, seria “mais do que justo” ajudar. A live tinha como objetivo debater os desafios econômicos do Brasil pós-pandemia.
Falas descabidas
Para a CNI, as falas de Sachsida são descabidas. “Suas falas demonstram profundo desconhecimento de como as instituições já contribuem, de forma efetiva e permanente, com a inserção de jovens brasileiros no mercado de trabalho, sobretudo os de classes menos favorecidas”, protestou a entidade, em nota. O presidente da Confederação também se pronunciou.
“Querer desestruturar o trabalho já realizado pelo SESI e pelo SENAI por meio de uma ‘facada’, na tentativa de enfraquecer duas das principais instituições com capacidade para contribuir com os esforços de reduzir a informalidade e o desemprego no país, isso sim, é condenar uma parcela da população à pobreza”, afirmou Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na nota, a CNI também destacou que o Senai é “a principal instituição de ensino técnico e profissional do país”, com mais de 80 milhões de trabalhadores formados nos últimos 80 anos. A Confederação pontuou, também, que o Senai já participa de programas junto ao Ministério da Economia com o objetivo de melhorar as condições sociais de jovens carentes.
“Embora o secretário do Ministério da Economia demonstre não saber, o Senai já participa de três programas iniciados em 2020 justamente com foco na inserção de jovens no mercado de trabalho e no aumento da produtividade de empresas: o Emprega Mais, o Brasil Mais e o Aprendizagem 4.0”, informou a nota.
“Para essa parcela da população, o SESI e o SENAI já representam uma oportunidade de conquistar condições mais sólidas de empregabilidade e mobilidade social, um passaporte para a cidadania para milhares de jovens carentes”, concluiu o documento.
O Correio entrou em contato com Adolfo Sachsida. Ele preferiu não comentar sobre o assunto.
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