EMPRESAS

Guedes sinaliza que IR de empresa pode cair ainda mais

O ministro lembrou que já tinha enviado ao Congresso um pedido para queda na alíquota do IRPJ de 2,5 pontos percentuais, em 2021, e mais 2,5 pontos percentuais em 2022

O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou a importância da reforma tributária que está em tramitação no Congresso e disse que, se o governo conseguir derrubar “2, 3 ou 4 lobbies” de grandes empresas com altas isenções, e também aprovar a taxação de dividendos (de 20%), será possível reduzir a tributação em até 10 pontos percentuais para todas as outras empresas do país. “Vamos reduzir o Imposto de Renda das empresas. Nosso compromisso é claro”, afirmou. Em relação aos dividendos, ele deixou claro que apenas um número pequeno de pessoas físicas, em relação à quantidade de habitantes têm benefícios especiais.

“Apenas 20 mil pessoas receberam R$ 280 bilhões em isenções. É simplesmente inaceitável em uma economia desigual. Depois, não pode reclamar da distribuição de renda, que está muito ruim”, disse. “Nós estamos convencidos de que vamos no caminho certo”, reiterou. Guedes lembrou que, há 25 anos, as empresas estão sendo altamente tributadas e as pessoas físicas que ganham dividendos, não. “Os empresários são o motor do crescimento. É lá (na empresa) que ocorre o milagre da produtividade, com mais salário e mais emprego. Então, aumenta-se a tributação sobre os rendimentos de capital da pessoa física. E vamos reduzir as empresas e os assalariados, com redução da taxa de baixo.”

O ministro lembrou que já tinha enviado ao Congresso um pedido para queda na alíquota do IRPJ de 2,5 pontos percentuais, em 2021, e mais 2,5 pontos percentuais em 2022. Na terça-feira, ele já havia dito que o corte de 2,5 pontos percentuais em 2022 era pouco e que poderia ser ampliada para 5 pontos percentuais já no ano que vem. “Agora, estamos reavaliando para 5 pontos percentuais já e talvez até 10 pontos percentuais na alíquota, desde que sejam revistas isenções, às vezes, de uma empresa só. Podemos ir até uma redução de 10 pontos percentuais”, insistiu.

Ele admitiu que esses contribuintes, especificamente, têm poderosos lobbies no Congresso, o que é correto do ponto de vista da democracia. “Mas cabe ao governo filtrar o que é socialmente aceitável. Onde todos pagam, pagamos todos menos. Se deixar (de beneficiar) um lobby, podemos reduzir em 5 pontos percentuais do IR. Mas se tivermos a coragem de remover 2, 3, 4 grandes subsídios, podemos reduzir mais ainda para todas as empresas brasileiras”, assinalou.

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