Recuperação

Índice de desempenho aponta evolução positiva das pequenas indústrias

Levantamento da CNI aponta melhora na situação financeira, na confiança e nas perspectivas dos micros e pequenos empresários

Vera Batista
postado em 16/08/2021 06:00
 (crédito: GUILLAUME SOUVANT/AFP)
(crédito: GUILLAUME SOUVANT/AFP)

Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que as micro e pequenas indústrias (MPMEs) evoluíram no segundo trimestre de 2021. O relatório técnico Panorama da Pequena Indústria destaca melhora na situação financeira, na confiança e nas perspectivas dos micros e pequenos empresários. Na média, o indicador registrou, no período, 46,5 pontos, resultado acima da média do primeiro trimestre deste ano (43,9 pontos) e do segundo trimestre de 2020 (34,1 pontos, influenciado pela pandemia).

“Para os próximos meses, há uma expectativa de novo aumento desse indicador, em decorrência do avanço da vacinação no Brasil, que está atingindo faixas etárias da população economicamente ativa, do aumento do volume de produção e da manutenção da criação de empregos no setor industrial”, aponta a CNI. A melhora do desempenho nos últimos dois meses interrompe a instabilidade enfrentada no início do ano, refletida na queda do indicador de 0,6 ponto de janeiro para fevereiro, no aumento de 0,3 ponto de fevereiro para março e na queda de 0,2 ponto de março para abril.

As perspectivas positivas têm como base, entre outros, o Índice de Situação Financeira, que chegou a 42,3 pontos, com aumento de 4,5 pontos em relação ao primeiro trimestre de 2021. “A melhora está relacionada à satisfação com o lucro operacional e com a facilidade de acesso ao crédito no período”, destaca o relatório. E isso aconteceu pela renovação e a permanência do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que impactou positivamente a expectativa dos agentes.

Principais problemas
A falta ou o alto custo de matéria-prima (que refletem a dificuldade para elevar os estoques ao nível desejado) e a excessiva carga tributária permanecem nos primeiros lugares do ranking de principais problemas enfrentados pelas MPMEs no segundo trimestre de 2021. Mas os segmentos sentiram o baque de forma diferente. A falta ou o alto custo de matéria-prima foram os maiores obstáculos para os setores de transformação e de construção (com 60,4% e 58,5% de indicações dos empresários, respectivamente), mas ficou em segundo lugar no ranking de problemas para os empresários do setor de extração (36,2%).

A elevada carga tributária se manteve na primeira posição do ranking do setor extrativo (43,1%) e na segunda posição para os setores de transformação e de construção (37,2% e 32,7%, respectivamente). O Panorama da Pequena Indústria ressalta, ainda, que a tendência é de que, com o aumento nas tarifas do setor elétrico, esse problema permaneça em destaque. Assim como a demanda interna insuficiente, que segue no rol dos principais problemas, ainda como consequência da pandemia.

A fraca demanda ocupa a quarta posição no ranking das indústrias de extração e de transformação (19% e 21,1%, respectivamente). “Esses resultados apresentam uma redução percentual quando comparados ao trimestre anterior, o que pode indicar um reaquecimento da demanda atual e futura”, sinaliza a CNI. A burocracia excessiva é mais relevante para a construção (terceira posição) e para o setor extrativo (quinta), com 25,1% e 19%. Mas a indústria de construção apontou, também, a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado, na quarta posição (19,9%), aumento de 4,8 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.

Em quinto lugar, a indústria de transformação enfatiza a competição desleal (informalidade, contrabando, entre outros), para 19,9% das pequenas empresas, um aumento em relação ao trimestre anterior, quando foi registrado 14,1%.

Mesmo assim, os empresários estão otimistas para os próximos meses, segundo o levantamento da CNI. O aumento do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para pequenas indústrias e do Índice de Perspectivas mostram que MPMEs têm expectativa de melhora e pretendem manter o ritmo de recuperação da atividade. O ICEI ficou em 60,9 pontos em julho de 2021, após três aumentos consecutivos e segue acima da média histórica (52,5 pontos). Enquanto o indicador das perspectivas da pequena indústria apontou aumento de 0,5 ponto em julho de 2021, para 52,6 pontos.

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Apuração mensal

A pesquisa é divulgada trimestralmente com base na análise dos dados da pequena indústria levantados na Sondagem Industrial, na Sondagem Indústria da Construção e no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Todos os meses, são ouvidos mais de 900 empresários de empresas de pequeno porte.

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