Juros

Juros longos têm alívio antes da agenda carregada, com votação do IR

O cenário fiscal e a crise institucional no Brasil seguem no foco e hoje destaque vem de Brasília, onde a Câmara tenta votar a polêmica proposta de reforma do Imposto de Renda (IR).

Agência Estado
postado em 17/08/2021 10:49 / atualizado em 17/08/2021 10:51
 (crédito: Júlio Lapagesse/CB/D.A Press)
(crédito: Júlio Lapagesse/CB/D.A Press)
A agenda carregada desta terça-feira (17) deve testar o mercado de juros numa eventual tentativa de correção nos vértices mais longos, cujas taxas vêm subindo há quatro sessões seguidas. Na abertura, as taxas longas ensaiaram alívio, enquanto as curtas mostraram viés de alta. Às 9h17, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 estava em 6,640%, de 6,636% ontem no ajuste e a do DI para janeiro de 2027 caía de 10,02% para 9,99%.
O cenário fiscal e a crise institucional no Brasil seguem no foco e hoje destaque vem de Brasília, onde a Câmara tenta votar a polêmica proposta de reforma do Imposto de Renda (IR). No exterior, vale acompanhar a reação dos mercados aos dados da economia americana da indústria e varejo, pela manhã, enquanto os receios sobre a disseminação da cepa Delta seguem no radar.
"A cautela externa dificulta qualquer tentativa de recuperação dos ativos locais, já abalados por diversos focos de turbulência. Na margem há sinais de busca por moderação nos atritos institucionais, o que pode ao menos estancar a piora. Mas riscos fiscais seguem no radar, de olho na possível votação da reforma do IR e nas discussões sobre precatórios e novo Bolsa Família", afirma o economista da Tendências Silvio Campos Neto, no serviço online da consultoria. Para ele, os contratos dos Depósito Interfinanceiro (DI) podem ensaiar uma acomodação.
Por ora, na abertura, o mercado já tem alguns possíveis vetores a se orientar. O IGP-10 de agosto subiu 1,18%, ante 0,18% em julho, mas abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast (1,29%). Já o IPC-Fipe acelerou de 1,18% para 1,35% entre a primeira e a segunda quadrissemanas do mês.
À tarde, as atenções estarão sobre a participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em evento online do Bradesco, previsto para as 15h, e no discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, pouco antes, às 14h30.
A manhã reserva ainda o leilão de NTN-B e, a depender do nível de estresse na curva, o Tesouro pode optar por reduzir os lotes para evitar adicionar volatilidade. Na semana passada, houve colocação de um volume grande, de 2,3 milhões de títulos, mas na anterior, com os mesmos vencimentos - 15/08/2024, 15/08/2028 e 15/08/2040 - de hoje, a oferta foi de apenas 150 mil, mas era o período "off dealers". "Após seguidos sucessos nos últimos leilões e com um colchão robusto, o Tesouro pode evitar gerar mais volatilidade em um mercado já bem machucado", comenta o trader de renda fixa da Renascença Luis Felipe Laudisio.
 

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