MERCOSUL

Guedes: "O Brasil é grande demais para ficar preso em uma gaiolinha"

Ao comentar a situação do bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o ministro da Economia afirmou, nesta quinta-feira (19/8), que proposta de redução de 10% na Tarifa Externa Comum será "decisiva" para a permanência do Brasil no acordo

Fernanda Fernandes
postado em 20/08/2021 00:09 / atualizado em 20/08/2021 00:11
 (crédito: Wilson Dias/Agência Brasil)
(crédito: Wilson Dias/Agência Brasil)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, nesta quinta-feira (19/8), que o Mercosul está atrasando o país na realização de acordos globais. Para ele, a proposta de redução na Tarifa Externa Comum (TEC), em 10% este ano e mais 10% em 2022, será decisiva sobre a permanência do Brasil no bloco, formado, também, por Argentina, Paraguai e Uruguai. A declaração foi feita durante participação do ministro em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, para tratar sobre a TEC e o potencial de ampliação do bloco.

“Não é o Brasil que fica onde o Mercosul manda, mas o Mercosul é que tem que ser conveniente para nós. O Brasil é grande demais pra ficar preso em uma gaiolinha. Ou modernizamos isso e transformamos em um negócio maior e um pouco mais dinâmico, ou o Brasil vai estourar a gaiola”, disse Guedes. Para o ministro, a Argentina precisa ser mais sensível à situação do Brasil. “Compreendemos o problema da Argentina, mas queremos compreensão para os nossos problemas também. A hora é agora, vamos fazer um movimento moderado, mas decisivo: redução de 10% em todas as tarifas”, enfatizou.

O Brasil é o maior contribuinte do bloco sul americano, com 70% dos recursos do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). A Argentina responde por 27% do montante, o Uruguai, por 2% da contribuição e o Paraguai, por 1%. Entregues em caráter de doação não reembolsável, os fundos financiam até 85% do valor elegível de projetos apresentados pelos países. As duas menores economias do bloco, Uruguai e Paraguai, são as principais beneficiárias dos projetos aprovados pelo Focem.

A presidente da CRE, senadora Kátia Abreu (PP-TO), concorda com a revisão da tarifa para solução do atual impasse, além de defender a flexibilização das regras dispostas no acordo entre os países. “Hoje, o Mercosul enfrenta uma crise profunda. Encontram-se em discussão propostas sobre dois temas complexos que podem afetar as relações entre os próprios membros do bloco e criar um impasse nos avanços da integração do Mercosul. Trata-se da redução da Tarifa Externa Comum e da flexibilização das regras do Mercosul”, disse, ao abrir o debate nesta quinta.

 

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