O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), resolveram alinhar o discurso, focando na responsabilidade fiscal e na melhora da narrativa sobre as ações do governo, durante evento, em São Paulo, voltado para empresários e integrantes do mercado financeiro.
De acordo com o presidente do BC, há muito ruído no mercado sobre a questão fiscal, mas o “pano de fundo” é de melhora nos indicadores da economia e da dívida pública bruta, bem como do resultado primário do governo federal. Ele reforçou que, em 2022, o deficit primário será menor do que o deste ano, “em torno de 0,3% e de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), após o saldo negativo de 2021 ficar em torno de 1,5% do PIB.
Apesar de admitir que existem riscos inflacionários “não apenas no Brasil, mas globalmente” e que há queda nas projeções de crescimento do PIB de 2022, Campos Neto, disse que o governo precisa melhorar a comunicação para mostrar que há dados positivos na questão fiscal e no meio ambiente. Ele reforçou que a “parte fiscal está melhorando” e que o país “está fazendo reformas estruturantes”, citando a independência do Banco Central.
“O governo precisa melhorar a narrativa”, reconheceu Campos Neto. Ele disse que tem conversado bastante com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Alvaro Pereira Leite, para alinhar o discurso para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, conhecida como COP 26, que ocorrerá em novembro, na Escócia. Segundo ele, Leite o convidou para participar do evento, conversar com os investidores e mostrar a agenda de sustentabilidade do BC.
“A COP26 está se aproximando, e é importante que o Brasil passe uma mensagem de que o país é responsável. Precisamos consertar a narrativa nesse tema, que é muito relevante e afeta o fluxo de investimento”, disse.
O presidente da Câmara, por sua vez, garantiu que Congresso “é reformador e está contribuindo e apaziguando” as crises — e garantiu respeito às regras fiscais por parte do Legislativo. “Não aventamos a possibilidade de romper o teto para dar auxílio emergencial ou Bolsa Família ampliado”, assegurou.
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