MERCADO IMOBILIÁRIO

IGP-M recua 0,12% em agosto, mas mantém alta de 31,12% em 12 meses

Índice é o mais utilizado para reajuste de tarifas públicas (energia elétrica e telefonia), em contratos de aluguéis e de prestação de serviços

Fernanda Fernandes
postado em 30/08/2021 16:58 / atualizado em 30/08/2021 16:59
 (crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)
(crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)

Ao contrário da inflação, que registrou mais um aumento em agosto, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,12% na comparação com julho, de acordo com análise da Fundação Getúlio Vargas, divulgada nesta segunda-feira (30/8). Os dados da FGV apontam variação mensal do índice de 0,66% este mês, contra 0,78% no mês anterior. Apesar da desaceleração, o IGP-M acumula alta de 16,75% no ano e de 31,12% em 12 meses. O índice é o mais utilizado para reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o índice havia subido 2,74% no mês de agosto e acumulava alta de 13,02% em 12 meses.

Se não fosse pela crise hídrica, esse recuo teria sido ainda maior, na opinião do economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV). "No âmbito do consumidor, o preço da energia, para a qual é esperado novo reajuste em setembro, registrou alta de 3,26%, sendo a principal influência para a inflação ao consumidor", afirma o coordenador dos índices de preços.

Ainda segundo o especialista, a seca também afetou o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que variou 0,66% em agosto, ante 0,71% em julho. "No IPA, culturas afetadas pela estiagem, como milho (-4,58% para 10,97%) e café (0,04% para 20,98%) registraram forte avanço em seus preços", afirmou.

Segundo a análise da FGV, a taxa do grupo Bens Finais, que havia variado 1,08% em julho, subiu para 2,22% em agosto. “A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -1,14% para 8,28%, no mesmo período”, diz nota explicativa da Fundação.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), utilizado para reajustes salariais e também em contratos de aluguéis, variou 0,75% em agosto, ante 0,83% em julho. O resultado da análise aponta que três das oito classes de despesas componentes deste índice registraram decréscimo nas taxas de variação.

“A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (2,16% para 0,53%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de 24,69% em julho para 3,17% em agosto”, diz a Fundação. Também apresentaram decréscimo os grupos Habitação (1,66% para 1,05%) e Comunicação (0,00% para -0,11%).

A atualização do IPC também menciona variação na tarifa de eletricidade residencial (que desacelerou de 5,87% para 3,26%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,02% para -0,26%). Em contrapartida, os demais grupos apresentaram aumento na variação, são eles: Alimentação (0,59% para 1,17%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,07% para 0,42%), Despesas Diversas (0,06% para 0,19%), Transportes (0,73% para 0,76%) e Vestuário (0,26% para 0,29%).

Entre os índices de preços demonstrados pela FGV, também está o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que variou 0,56% em agosto, ante 1,24% no mês anterior. A divulgação dos índices (IPA, IPC e INCC) é realizada mensalmente pelo FGV IBRE e indica o nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.

A FGV divulga o IGP em três versões: IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta. “O IPA é o indicador que monitora a variação de preços percebidos por produtores, ao passo que o IPC acompanha o comportamento dos preços que impactam diretamente o consumidor final. Por fim, o INCC apresenta os custos para a construção civil, em uma análise que leva em conta a variação de preços de materiais de construção e custo de mão de obra especializada”, explica o Instituto.

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