ORÇAMENTO

PLOA não inclui reajuste do Bolsa Família e prevê pagamento integral de precatórios

Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2022 enviado ao Congresso Nacional, hoje, pelo governo federal, vai em desencontro às expectativas da equipe econômica

Fernanda Fernandes
postado em 31/08/2021 17:54 / atualizado em 31/08/2021 17:58

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2022 enviado ao Congresso Nacional, hoje, pelo governo federal, chamou atenção por duas questões que vão em desencontro às expectativas da equipe econômica: a previsão de pagamento em valor integral de dívidas da União, de R$89,1 bilhões, e o orçamento destinado ao programa Bolsa Família, futuro Auxilio Brasil, sem qualquer reajuste.

Ao apresentar o projeto, o secretário especial do Tesouro, Bruno Funchal, falou sobre a manutenção do valor médio do programa de renda mínima. Segundo o secretário, caberá ao Ministério da Cidadania redesenhar o programa com o mesmo orçamento aplicado em 2021. “Vai ficar a cargo da Cidadania. Nenhuma política foi ampliada, não houve ampliação do orçamento e, mantendo esse tamanho, o Cidadania terá que fazer seus ajustes dentro do novo modelo que está sendo proposto”, afirmou Funchal, durante a coletiva de imprensa, referindo-se ao reajuste de, pelo menos 50% no valor do benefício, prometido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. De acordo com o secretário, porém, “uma ampliação ainda pode ser discutida no Congresso”.

Outro ponto que chamou atenção no documento apresentado pelo governo, foi a disponibilização de boa parte do orçamento para o pagamento total de precatórios (dívidas do governo com sentença judicial definitiva), hoje em R$89,1 bilhões. Atualmente, a pasta econômica tenta aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 23/21, para estender o prazo de pagamento das dívidas em até 20 anos. Segundo Funchal, enquanto não houver decisão a respeito deste tema, o orçamento permanecerá com o valor total previsto. “Enquanto não tem nenhuma solução alternativa, vai com esse valor integral”, disse.

Além de defender a extensão das parcelas das superdívidas (acima de R$ 66 milhões), a PEC dos precatórios também propõe a criação de um fundo, formado por ativos da União, que seriam contabilizados fora do teto de gastos. Funchal defendeu o teto de gastos e afirmou que não há discussões no sentido de criar “pretexto para tirar gastos da regra fiscal”.

“A nossa proposta deixou muito clara a nossa preferência em compatibilizar (os gastos) com o teto. Qualquer exceção pode fragilizar nosso entendimento e a gente não está discutindo nenhum tipo de subterfúgio para tirar gastos do teto”, reforçou. Apesar disso, Funchal confirmou o debate sobre soluções para a questão. “A gente está em um momento de discutir alternativas, sobre esse problema que está claro, não gostamos de mexer no teto, mas é saudável que isso seja discutido”, afirmou

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação