Conjuntura

Insegurança alimentar é maior em famílias formadas por negros ou pardos

Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares mostram que 41% da população tem acesso limitado a alimentos. O estudo indicou, ainda, que mais da metade dos núcleos familiares enfrentam dificuldades para manter as contas em dia

A insegurança alimentar no Brasil está vinculada à cor da pele. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017-2018, divulgados nesta quinta-feira (19/8)  pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revelam que, entre os 41% da população que residem em domicílios com insegurança alimentar, 28,4% são de famílias com pessoas de referência preta ou parda. Ainda segundo o estudo, 12,1% integram famílias com pessoas de referência branca.

Entre os 13,9% da população que vivem em domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave, 10,5% são de famílias com pessoa de referência preta ou parda; e 3,3% integram famílias cuja pessoa de referência é branca. 

A pesquisa indicou, ainda, que mais de 95,6 milhões de pessoas atrasaram o pagamento de alguma conta, como aluguel ou prestação de imóvel, água, luz ou gás, etc. no período de 2017 a 2018. Sobre o grau de dificuldade para manter em dia as despesas mensais, 14,1% dos entrevistados viviam em famílias que têm muita dificuldade; 58,3% em famílias com dificuldade; 26,5% em famílias com facilidade; e 1,1% com muita facilidade para a renda chegar até o final do mês. Ou seja, 72,4% da população vive em famílias com algum grau de dificuldade para arcar com as despesas correntes.

Segundo o estudo do IBGE, os integrantes de famílias com pessoas pardas ou pretas são as que encontram mais dificuldade. De acordo com a POF, 9,7% da população pertence a famílias que reportam ter muita dificuldade; e 34,7% integram núcleos familiares que reportaram ter dificuldade, totalizando 44,4% com algum grau de dificuldade.

Sobre os gastos mensais com alimentação, a despesa per capita era de R$ 209,12 por mês. A média de gastos por pessoa com a alimentação dentro do domicílio foi de R$ 147,45 (70,5%) e fora do domicílio foi de R$ 61,68 (29,5%).

* Estagiários sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza