A economia desacelerou em julho, de acordo com o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br). O indicador, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), aumentou 0,60% naquele mês, depois de marcar 0,92% em junho. Na comparação com julho de 2020, a alta foi de 5,53%. Com a nova variação, a prévia do PIB soma alta de 6,80% no ano, e 3,26% no acumulado em 12 meses.
O ritmo mais lento do IBC-Br em julho reflete as expectativas dos agentes do mercado financeiro, que têm enxugado o PIB a cada revisão de dados. A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), por exemplo, reduziu a projeção de PIB de 5,15%, em 3 de setembro, para 5,04% na última sexta-feira. Para 2022, a entidade espera uma alta de apenas 1%, segundo Nicola Tingas, economista chefe da Associação.
Também ontem, a Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado Federal, divulgou edição extraordinária do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF). De acordo com a IFI, a probabilidade de estagnação da economia na segunda metade do ano é alta. A projeção que era mantida em 4,2% para o PIB de 2021 passou a 4,9% no novo documento, “em um contexto de piora evidente do quadro prospectivo”, diz a nota técnica da Instituição. Para 2022, a previsão é de alta de 1,7%.
A IFI também aponta que a dívida pública bruta, que vinha diminuindo em proporção do PIB desde o início do ano, caiu apenas 0,1% do PIB entre junho e julho, o que é um “prenúncio de que voltará a crescer em breve”.
O relatório destaca que a Instituição alertou que a ajuda da inflação sobre a dívida/PIB era temporária. “A resistência da inflação à alta dos juros, explicada por um quadro de riscos crescentes, levará a uma alta mais expressiva da Selic, que poderá chegar a 8% até o fim de 2021”, diz a nota. A última previsão para Selic da IFI foi de 5,5%, em junho deste ano.
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