O avanço da imunização da população contra a covid-19 deixou os consumidores brasileiros mais propensos às compras em setembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,9% em relação a agosto, o quarto avanço consecutivo, para um patamar de 72,5 pontos, o mais elevado desde março.
O resultado representa um aumento de 7,2% em relação a setembro de 2020. Embora permaneça ainda na zona de insatisfação, abaixo dos 100 pontos, desde abril de 2015.
Segundo a CNC, o indicador é favorecido pela vacinação, mas ainda há fatores que provocam cautela entre as famílias, como a incerteza sobre a recuperação econômica e a aceleração da inflação, que reduz o poder de compra.
Na passagem de agosto para setembro, apenas um entre os sete componentes do ICF registrou recuo: a avaliação sobre o momento de consumo de bens duráveis recuou 0,5%, para 43,0 pontos.
Os avanços ocorreram nas avaliações sobre o emprego atual (1,9%, para 89,5 pontos), perspectiva profissional (3,3%, para 82,5 pontos), renda atual (0,7%, para 78,9 pontos), acesso ao crédito (1,6%, para 81,1 pontos), nível de consumo atual (2,4%, para 57,6 pontos) e perspectiva de consumo (3,7%, para 74,8 pontos).
"A expectativa das famílias é que esse ambiente econômico mais positivo, percebido no curto prazo, se prolongue para o longo prazo. Tanto que Perspectiva de Consumo foi novamente o item com maior crescimento no mês e alcançou o maior nível desde maio de 2020", observou a economista Catarina Carneiro da Silva, responsável pela pesquisa da CNC.
Na avaliação por faixa de renda, tanto os mais ricos quanto os mais pobres mantêm a intenção de consumo na zona de insatisfação. Entre as famílias com ganhos mensais acima de 10 salários mínimos, o ICF ficou em 90,1 pontos em setembro, um avanço de 1,4% em relação a agosto. Para as famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos mensais, o indicador foi de 68,8 pontos, uma alta de 2,1% ante agosto.
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