O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 16,729 bilhões em agosto, informou nesta quarta-feira o Banco Central. É o melhor resultado para meses de agosto da série histórica iniciada em dezembro de 2001.
Em julho deste ano, havia sido registrado déficit de R$ 10,283 bilhões e, em agosto de 2020, déficit de R$ 13,448 bilhões.
O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.
O superávit primário consolidado do mês passado surpreendeu e ficou fora do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 36,528 bilhões a resultado zero. A mediana estava negativa em R$ 10,600 bilhões.
Composição
O resultado fiscal de agosto foi composto por um déficit de R$ 11,092 bilhões do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS). Por outro lado, os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 27,337 bilhões no mês.
Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 23,479 bilhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 3,859 bilhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 484 milhões.
Acumulado do ano
Com o saldo positivo no mês passado, as contas do setor público acumularam um superávit primário de R$ 1,237 bilhão no ano até agosto, o equivalente a 0,02% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.
O resultado fiscal positivo no ano até agosto ocorreu apesar do déficit de R$ 83,089 bilhões do Governo Central (1,47% do PIB). Os governos regionais apresentaram um superávit de R$ 81,688 bilhões (1,45% do PIB) no período.
Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 70,121 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 11,567 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 2,638 bilhões no período.
Acumulado em 12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 130,346 bilhões em 12 meses até agosto, o equivalente a 1,57% do PIB, informou o Banco Central. Esse resultado ainda engloba desempenho registrado nos últimos meses de 2020, em meio aos efeitos da pandemia de covid-19 na economia.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em agosto pode ser atribuído ao rombo de R$ 226,502 bilhões do Governo Central (2,73% do PIB). Já os governos regionais apresentaram um superávit de R$ 93,279 bilhões (1,13% do PIB) em 12 meses até agosto.
Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 81,611 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 11,668 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 2,878 bilhões no período.
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