Índice de Preços

Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 8,35%

A meta da inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo

Na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), agendada para esta terça e quarta-feiras (21 e 22/9), economistas do mercado financeiro elevaram mais uma vez a previsão para a inflação e juros em 2021. Os operadores acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, passe para 8,35% até o fim do ano. É a 24ª elevação consecutiva na projeção.

Já a taxa básica de juros, a Selic, que também estava em 8% na última semana, deve subir para 8,25%, de acordo com o relatório Focus divulgado hoje pelo BC. O valor do câmbio, na avaliação do mercado, se mantém o mesmo da previsão anterior, R$ 5,20/US$. Os economistas também mantiveram a taxa de variação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, em 5,04%. O mercado avalia que o BC deverá acelerar o ritmo do reajuste da Selic em, pelo menos, 1% na reunião desta semana. A pesquisa é divulgada semanalmente pelo banco, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Apesar de mantida a expectativa do PIB deste ano, com base em 2020, os especialistas reduziram mais uma vez a projeção do índice para 2022 - de 1,72% para 1,63%. Há quatro semanas, essa variação era de 2%. As expectativas para inflação e juros no próximo ano também aumentaram, de 4,03% para 4,10% e de 8% para 8,5%, respectivamente.

Acima da meta

 

A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Em agosto, puxada pelos combustíveis, a inflação subiu 0,87%, a maior inflação para o mês desde o ano 2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Amanhã (21) e quarta-feira (22), o Copom realiza a sexta reunião do ano para definir a Selic.

Na ata da última reunião, em agosto, os membros do comitê já indicaram que deve haver nova elevação, de 1 ponto percentual. Essa também é a expectativa do mercado financeiro, de que a taxa suba para 6,25% ao ano no encontro do Copom desta semana.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 8,25% ao ano. Na semana passada a projeção era 8%. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 8,50% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é 6,75% e 6,50% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC mantiveram a projeção para o crescimento da economia brasileira este em 5,04%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,63%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,30% e 2,50%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar também se manteve em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,23.

Com informações da Agência Brasil

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