Um total de 869.302 contribuintes ficou com as declarações do Imposto de Renda de 2021 na malha fina. O número, segundo a Receita Federal, representa, 2,4% do total de 36.868.780 documentos entregues ao Fisco neste ano.
De acordo com a Receita, o principal motivo para a retenção da declaração de renda da malha é a omissão de rendimentos sujeitos à tributação ou que, mesmo isentos, deveriam ser declarados. Essa foi a razão em 41,4% dos casos. Em seguida, vêm erros nas deduções da base de cálculo (30,9%) e divergências entre o valor do IR retido na fonte declarado pelo contribuinte e o informado pelas fontes pagadoras (20%).
O Fisco orienta os contribuintes que ficaram na malha a regularizarem as pendências para evitarem maiores transtornos. O motivo pelo qual a declaração foi retida está discriminado no Extrato do Processamento da DIRPF, documento que pode ser acessado no site da Receita, clicando no campo Meu Imposto de Renda.
O órgão explica que a declaração do IR passa por uma análise dos sistemas da Receita Federal, nos quais as informações são verificadas e comparadas com dados fornecidos por outras entidades (terceiros), que também têm que prestar informações à Receita, como empresas, instituições financeiras e planos de saúde.
“Se for encontrada alguma diferença entre as informações apresentadas pelo contribuinte e as fornecidas por terceiros, a declaração será separada para uma análise mais profunda, é o que se chama de Malha Fiscal (ou malha fina, como é popularmente conhecida)”, frisa a Receita Federal.
É possível corrigir as informações, sem qualquer multa ou penalidade, por meio de declaração retificadora. “Essa correção não será possível depois que o contribuinte for intimado ou notificado”, explica a Receita. Também há as alternativas de aguardar comunicado do Fisco para apresentar a documentação necessária ou apresentar virtualmente os comprovantes que atestam os valores declarados e apontados como pendentes no extrato.
O contador Adriano Marrocos, conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), explicou que, além de estar sujeito a multas, o contribuinte que não regularizar as informações junto ao fisco pode sofrer outros inconvenientes, mesmo se tiver direito à restituição do IR. “Você não receberá a restituição enquanto a sua declaração estiver na Malha Fiscal”, frisou.
De acordo com a Receita, a maior parte das declarações retidas em malha neste ano, 666.647 (76,7%), são de contribuintes com imposto a restituir. Outros 181.992 documentos (20,9% do total), têm valores a pagar. Com saldo zero com a Receita estão 20.663 declarações (2,4% das retidas).
Marrocos adverte ainda que, antes de acessar o site da Receita Federal para obter as informações sobre a malha e corrigir eventuais informações incompletas ou inconsistentes, é aconselhável que o contribuinte tenha em mãos as duas últimas declarações e os recibos de entrega. Isso vai facilitar todo o trabalho. Na dúvida, aconselha, procure um contador.
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Dólar: alta de 5,30% em setembro
Em mais um dia de instabilidade no mercado financeiro, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechou em queda de 0,11%, aos 110.979 pontos. Com isso, o índice acumulou em setembro uma perda de 6,57% — o pior desempenho desde março de 2020, quando o mercado desabou quase 20%, atingido em cheio pela pandemia do novo coronavírus.
Por volta das 12h30 desta quinta, o Ibovespa operava em alta e alcançou a máxima de 1,14%. Mas caiu ao longo da tarde. Entre os motivos, está o agravamento da instabilidade econômica no Brasil e a queda nas bolsas norte-americanas, segundo analistas.
O dólar comercial, por sua vez, teve a sétima alta consecutiva (0,29%), encerrando o dia cotado a R$ 5,446 para venda. O dólar só não subiu ainda mais devido a uma intervenção inesperada do Banco Central, com a oferta de até 10 mil contratos (US$ 500 milhões) de swaps cambiais, operações equivalentes à venda de dólares. A moeda americana, em setembro, acumulou ganhos de 5,30%. Trata-se da segunda maior valorização mensal de 2021, ficando atrás de janeiro, quando avançou 5,51% diante do real.
A divisa firmou a alta após uma manhã de muita volatilidade, fruto da disputa entre investidores comprados e vendidos pela formação da última taxa Ptax de setembro, que determina a liquidação das operações a termo. De acordo com especialistas, a subida da taxa de câmbio refletiu, sobretudo, os temores relacionados à política fiscal, em meio ao debate em torno da prorrogação do auxílio emergencial e da tramitação da PEC dos Precatórios.
Setembro foi marcado por momentos de tensão na política e na economia brasileira. O estresse entre os Três Poderes — protagonizado pelas manifestações do Dia da Independência —, a crise energética e, mais recentemente, a ameaça de quebra da gigante imobiliária chinesa Evergrande, aumentaram a volatilidade do mercado financeiro.
* Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo
Safra cresce
A área semeada com cereais e oleaginosas no Brasil na safra 2021/22 deve crescer pela 12ª vez consecutiva e pode alcançar 72,45 milhões de hectares, o que corresponde a um aumento de 4,1% em comparação com o período anterior. Os dados fazem parte da primeira análise da consultoria Datagro para a safra 2021/22. Já a estimativa preliminar da produção total de grãos para 2021/22 é de 299,27 milhões de toneladas que, caso se concretize, significaria evolução de 17% sobre a frustrada safra atual, revisada neste levantamento para 256,20 milhões de t. Na comparação com o recorde de 266,88 milhões de t de 2020, haverá crescimento de 12%.