NEGÓCIOS

Empresas do setor de saúde privada manifestam interesse em comprar Grupo Santa

Grandes empresas do setor de saúde privada manifestam interesse na aquisição do grupo sediado em Brasília, o terceiro maior do país, com seis unidades no Centro-Oeste. Intermediado pelo Banco BTG, negócio é avaliado entre R$ 7 bilhões e R$ 13 bilhões

Maria Eduarda Cardim
postado em 08/10/2021 06:00 / atualizado em 09/10/2021 10:17
Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, é o carro-chefe do grupo, controlado pela família Leal. Proprietários dizem que intenção não é vender, mas comprar -  (crédito: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)
Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, é o carro-chefe do grupo, controlado pela família Leal. Proprietários dizem que intenção não é vender, mas comprar - (crédito: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)

O mercado de saúde privada, que passa por um grande processo de consolidação, está aquecido. O Banco BTG Pactual fez consultas a possíveis potenciais compradores do Grupo Santa, a maior rede hospitalar do Centro-Oeste, com sede em Brasília. Pelo menos quatro interessados apareceram — Dasa, Rede D'Or, Mater Dei e o fundo de investimentos H.I.G —, mas, por enquanto, a família Leal, controladora do negócio que reúne seis hospitais, não dá sinais de intersse na oferta. O Grupo Santa está avaliado entre R$ 7 bilhões e R$ 13 bilhões, segundo especialistas.

Diante da repercussão de sua possível venda, o Grupo Santa assegura que, neste momento, é comprador. Tanto que, em breve, anunciará a aquisição de dois hospitais fora do Distrito Federal. “O Grupo Santa não quer ser vendido. Não estamos à venda, pelo contrário, estamos em um momento super importante de crescimento. Recentemente, compramos dois hospitais em Cuiabá, um em Anápolis e acabamos de fechar a transação com mais dois hospitais. Nossa ideia é justamente crescer na região em que a gente é pioneiro”, disse ao Correio o CEO do Grupo Santa, Gustavo Fiuza.

Ele admite, porém, que o grupo já foi procurado por grandes redes para propostas de compra, mas não houve interesse até o momento.

Ativo valioso

“Há anos o Grupo Santa, atualmente o terceiro maior grupo hospitalar do Brasil, é procurado por grandes redes e fundos de investimento para construir parcerias. Em um momento de consolidação no mercado de saúde, essas procuras aumentaram, principalmente por se tratar do único grande ativo hospitalar brasileiro que ainda não está na Bolsa de Valores ou associado a fundos de investimento”, destaca o grupo, em nota.

Segundo Fiuza, desde outubro do ano passado, o mercado de saúde vive um fenômeno de consolidação, e há uma corrida por parte das grandes redes para se expandir regionalmente pelo país comprando hospitais. Atualmente, o Grupo Santa atua em todas as unidades federativas da Região Centro-Oeste, menos em Mato Grosso do Sul. “Estamos falando de um excelente negócio”, afirma um executivo do mercado financeiro.

A maior operação no setor de saúde ocorreu em 2012, quando a americana American Health assumiu o controle da Amil por R$ 10 bilhões. Portanto, se efetivada, a negociação do Santa poderá ficar próxima desse valor, acreditam especialistas. O BTG Pactual está disposto a concretizar o negócio. E acredita ser um processo natural, uma vez que se está falando de um ativo estratégico, com forte potencial de crescimento. A joia da coroa do grupo brasiliense é o Hospital Santa Lúcia, do DF.

O mesmo executivo acredita que as abordagens ao Grupo Santa vão continuar. Os concorrentes estão cheios de apetite. Para a Dasa, a aquisição da rede brasiliense seria um salto espetacular no seu processo de crescimento e consolidação. Já a mineira Mater Dei vê no negócio uma oportunidade de se descolar de seu estado de origem. O Correio tentou contato com as empresas Rede D’Or, Mater Dei e com o fundo de investimentos H.I.G para confirmar o interesse e as propostas de compra do Grupo Santa, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação