Integrante do Movimento Brasil Competitivo (MBC), no qual coordena a frente de privatizações, o deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), acredita que, das diversas razões para a alta no preço dos combustíveis, uma das principais é a alta no dólar. Segundo ele, a valorização da moeda norte-amerciana é exagerada no Brasil, em consequência do descontrole das contas públicas. “Temos um governo que não gera segurança e estabilidade, não faz as reformas necessárias e aumenta seu endividamento. Isso acarreta perda de confiança do mercado”, disse, em entrevista ao CB.Poder, programa feito parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.
Para o parlamentar, a PEC dos Precatórios, encaminhada pelo governo ao Congresso para abrir espaço fiscal para maiores gastos em 2022 é “muito ruim para o Brasil.” Ganime observou que é preciso ajudar quem está passando fome e dificuldades, mas não se faz isso com aumento do endividamento público. “É necessário, primeiro, analisar quem precisa do Auxílio Brasil e de onde virá o dinheiro, para depois ser definido quanto ele vai ser. Deve ser examinada a realidade financeira”, afirmou.
O deputado comentou ainda a COP-26, a conferência sobre o meio ambiente que acontece no final deste mês em Glasgow, na Escócia. Na opinião de Paulo Ganime, o Brasil tem dificuldades para mostrar ao mundo uma preocupação ambiental. “O Brasil tem uma matriz energética pouco poluente. O grande problema é em relação à parte de saneamento básico, de resíduos básicos, a parte urbana. Sobre a emissão de gás carbônico, o Brasil não está mal, mas podemos fazer melhor. E temos potencial para criar um mercado para vender créditos de carbono para outros países, mas não o fazemos”, explicou.
Na entrevista, o parlamentar falou também sobre o Projeto de Lei nº 414, em tramitação no Congresso, que permite ao consumidor escolher a compra de energia. De acordo com o deputado, esse projeto prevê um mercado energético livre. “Isso estimula a concorrência, cria mais oportunidades de geração e evita que fiquemos refém só das hidrelétricas, que é uma ótima opção, mas é dependente do clima. Dessa forma, o consumidor pode escolher sua fonte de energia e assim, pagar mais barato e, mais importante, fazer parte desse processo”, complementou.
Para Ganime, a energia solar está mais barata do que no passado, o acesso ficou mais fácil. Mas, segundo ele, o país ainda depende de fontes não renováveis. O deputado lembrou que as termelétricas antigas, movidas a carvão e combustíveis fósseis, são mais poluentes. Mas ponderou que o uso é justificável em momentos de emergência.
*Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo
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