O governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) teve superávit primário (receitas menos despesas, sem contar juros) de R$ 302,6 milhões, frente a um deficit de R$ 76,1 bilhões no mesmo mês de 2020, em valores nominais. Foi o primeiro superavit para setembro desde 2012. Para o Tesouro, “os dados corroboram a tendência de melhora consistente nas contas públicas ao longo de 2021, resultado da forte arrecadação e da maior focalização das despesas relacionadas ao enfrentamento da pandemia”.
Na análise do economista Cesar Bergo, sócio-consultor da Corretora Openinvest, “em condições normais de temperatura e pressão, esse número deveria ser comemorado, mas, com tanta coisa acontecendo nos bastidores, a gente acaba desconfiando”. Segundo ele, a tendência é de que a arrecadação continue crescendo em 2021. No entanto, para 2022, “se não houver decisão sobre a PEC dos precatórios, além das reformas tributária e administrativa, o futuro estará comprometido”.
No acumulado do ano, o deficit permanece (R$ 82,5 bilhões), embora inferior as do mesmo período do ano passado (deficit de R$ 677,4 bilhões). Pelos dados apresentados pelo Ministério da Economia, o Tesouro Nacional e o Banco Central foram superavitários em R$ 15,2 bilhões, enquanto a Previdência Social (RGPS) apresentou deficit de R$ 14,9 bilhões.
Em comparação a setembro de 2020, a melhora no resultado primário decorre da combinação de um aumento real de 9,3% (+R$ 10,9 bilhões) da receita líquida e de um decréscimo real de 36,4% (-R$ 73,3 bilhões) das despesas totais.
O aumento real da receita líquida no mês é consequência do crescimento nas receitas administradas (+R$ 17,4 bilhões) e na arrecadação líquida da Previdência (+R$ 2,7 bilhões).
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