Greve dos caminhoneiros

Categoria mantém ameaça de greve

Líderes do movimento convocaram paralisação para hoje mesmo após Justiça proibir bloqueio de estradas do país

Fernanda Strickland
postado em 31/10/2021 23:16
 (crédito:  Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Líderes dos caminhoneiros que convocaram greve da categoria a partir de hoje mantiveram os chamados de paralisação em todo o país, mesmo após o governo federal entrar com 35 processos na Justiça para proibir eventual bloqueio de rodovias federais por transportadores rodoviários autônomos e celetistas. Ao todo, são 24 decisões liminares favoráveis à União, proferidas em 17 estados do país. Entre as reivindicações do movimento estão o fim da política de preço da paridade de importação (PPI) da Petrobras para combustíveis, o cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário e aposentadoria especial a partir de 25 anos de trabalho.


Presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, liderou a greve dos caminhoneiros em 2018 e é um dos principais entusiastas da paralisação de hoje. Ele fez um pedido aos colegas em vídeo ontem: “Vamos juntos que seremos mais fortes”.


“Para que o governo tenha sensibilidade e retire o preço de paridade de importação, peço apoio a todos os nossos irmãos caminhoneiros para que, a partir de amanhã (hoje), cruzemos os braços. Você que não está mais aguentando essa situação, como os preços dos combustíveis, as nossas leis que conquistamos que não estão sendo cumpridas, aposentadoria especial, marco regulatório, DT-e, etc. Vamos juntos que juntos seremos mais fortes”, declarou Chorão.


Em nota, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), em conjunto com o sistema de sindicatos e federações, informou que compartilha da insatisfação crescente da categoria devido à precariedade das condições de trabalho e, principalmente, dos valores praticados na contratação dos serviços de frete, que não acompanham os custos decorrentes da operação do transporte rodoviário de cargas.


Contudo, a CNTA disse, ontem à noite, que não tinha sido consultada sobre nenhum dos temas tido como pauta para eventual movimento de paralisação da categoria e que não apoia a greve. “Informamos que em consulta à base representativa da categoria (sindicatos), não há adesão para qualquer movimento de paralisação ou greve, e que uma paralisação neste momento impactaria negativamente ainda mais a vida do caminhoneiro autônomo, além de trazer reflexos nefastos para a sociedade e para a economia do país.”

Reprodução/Redes Sociais
Para que o governo tenha sensibilidade e retire o preço de paridade de importação, peço apoio a todos os nossos irmãos caminhoneiros para que, a partir de amanhã (hoje), cruzemos os braços”


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