CB.Agro

Comida saudável custa 5 vezes mais caro, diz representante da FAO no Brasil

Segundo Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil, essa diferença de preços faz com que 40% da população mundial não tenham condições de pagar uma alimentação adequada

O custo médio de uma alimentação saudável é cinco vezes mais cara do que o preço de uma refeição com baixos nutrientes. É o que afirma o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Rafael Zavala, em entrevista ao programa CB.Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasília.

Segundo ele, a diferença nos valores dos alimentos é inaceitável. “É uma vergonha. Uma dieta saudável é cinco vezes mais cara que uma dieta caloricamente suficiente e 60% mais cara que uma dieta com nutrientes adequados, mas que não é equilibrada e saudável. Isso não pode continuar, temos que nos esforçar para diminuir o consumo de água e gerar uma melhor qualidade da produção”, explica.

Ele diz não ser simples contornar o problema, que precisa de soluções diversas para ser resolvido, mas garante que pode ser feito. “Temos que ter sistemas alimentares em equilíbrio, reduzindo o custo de transportes e a geração de gases do efeito estufa. Na medida que pudermos gerar sistemas alimentares curtos, será mais possível atingir uma dieta menos custosa. Não é fácil porque também depende de situações climáticas e demográficas, mas é possível”, esclareceu.

Fome

Outro assunto abordado pelo representante da FAO no CB.Agro desta sexta-feira foi o aumento da insegurança alimentar na pandemia do coronavírus. Mais de 100 milhões de pessoas não têm comida suficiente ou passam fome no mundo. “Por um lado, estamos em um planeta que produz alimentos suficientes para que ninguém passe fome. Ao mesmo tempo, 2 bilhões de pessoas estão em uma situação de insegurança alimentar moderada ou severa e 800 milhões passando fome. Eram 700 milhões, mas com a pandemia esse número aumentou em 100 milhões”, pontua Rafael.

Destes 800 milhões em situação de fome, 20 milhões moram no Brasil. “O Brasil é um celeiro de alimentação para o mundo. Então, não podemos suportar essa situação de países que são grandes produtores de alimentos terem tantas pessoas passando fome”, reforçou.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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