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Boletim Focus já reconhece alta do dólar e piora de indicadores para o fim do ano

Segundo mediana nas estimativas do mercado, moeda americana deve fechar o ano em R$ 5,45. Previsão anterior era de que terminaria 2021 na casa dos R$ 5,25

A intenção do governo federal de obter autorização para furar o teto de gastos e bancar o Auxílio Brasil já causa revisões nas estimativas do dólar, que deve fechar o ano mais valorizado do que o esperado frente ao real. Na pesquisa Focus, do Banco Central, publicada nesta segunda-feira (25/10), o prognóstico para o dólar, que antes era de R$ 5,25, pulou para R$ 5,45 para o fim deste ano. A mediana nas estimativas do mercado elevou ainda os números para juros e inflação e rebaixou a expectativa para o crescimento econômico.

Hoje, o dólar abriu o pregão em alta após alcançar R$ 5,6594 (+0,62%), mas apresentou uma queda no decorrer do dia. Por volta das 16h, a moeda americana tinha uma desvalorização de 1,61%, valendo R$ 5,5502. Enquanto isso, o Ibovespa subia 2,63%, chegando a 109.096,55 pontos no mesmo horário. A reação do mercado vem após a pior semana do índice da bolsa paulista desde o início da pandemia.

Dois dias depois de vir a público para negar rumores de demissão de Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro tentou acalmar os ânimos do setor financeiro, no domingo (24), ao lado do ministro da Economia. O chefe do Executivo disse que o governo fará “de tudo” para não perder a confiança do mercado. Ambos encerraram a semana trocando elogios depois de uma semana tensa e de muitas perdas na Bolsa de Valores brasileira.

Entre segunda (18) e sexta-feira (22), o Ibovespa caiu mais de 7%. Na sexta-feira, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,76, por volta de 12h30.

A instabilidade começou após o ministro admitir a possibilidade de o gestão Bolsonaro precisar pagar o Auxílio Brasil furando o teto de gastos, uma regra que limita o crescimento das despesas do governo. O programa vai substituir o Bolsa Família a partir do mês que vem.

Além disso, o clima negativo do mercado também refletia a debandada da equipe econômica, com o pedido de demissão, na quinta-feira (21), de quatro integrantes do primeiro escalão da pasta. Com isso, cresceram também as especulações sobre uma possível saída de Paulo Guedes, o que foi prontamente negado tanto pelo ministro quanto por Bolsonaro.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro 

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