Investimento

Com alta da Selic, ganho da poupança deve aumentar

Mesmo com a mudança na poupança, o investimento continuará rendendo menos do que a inflação

Com a sinalização do BC de que vai elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 9,25% em dezembro, a remuneração das cadernetas de poupança deve mudar. A chamada poupança nova passará a ter o mesmo rendimento da poupança velha. Entretanto, continuará perdendo para a inflação.

Desde 4 de maio de 2012, a caderneta de poupança passou a ter dois tipos de remuneração. As aplicações feitas até 3 de maio daquele ano, ou seja, na poupança velha, continuaram rendendo 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial, que atualmente está zerada), ou seja, 6,17% ao ano. Mas para a poupança nova, ou seja, aplicações feitas a partir de 4 de maio de 2012, a regra mudou. Toda vez que a Selic ficar abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento seria de 70% da Selic mais TR. A partir de hoje, esse rendimento passou de 4,37% para 5,43% ao ano, de acordo com os cálculos de Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).

"A poupança continua sendo a melhor alternativa para investimentos de baixo valor do que os fundos, porque não paga Imposto de Renda e não tem taxa de administração. A partir de dezembro, a caderneta terá um rendimento maior, porque a regra antiga vai voltar a valer para os dois tipos de poupança. Mas é preciso ficar atento, pois o rendimento ainda vai perder para a inflação, que está acima de 10%”, explicou Oliveira, ao fazer comparações com outros fundos de renda fixa.

Segundo ele, mesmo com a remuneração atual da poupança nova de 5,43%, a caderneta continua sendo mais atrativa do que os fundos com taxas de administração superiores a 1% ao ano, se o dinheiro ficar aplicado por prazos muito curtos, porque são livres do IR. “Mas ainda temos uma perda real para a inflação”, reforçou.

Não à toa, os saques na poupança estão aumentando em um cenário de desemprego elevado, preços de tudo nas alturas e famílias cada vez mais endividadas. Conforme dados do Banco Central, em setembro, os saques superaram os depósitos e houve uma saída líquida de R$ 7,7 bilhões. O saldo total das aplicações somou R$ 1,031 trilhão.