Planejar é essencial

Correio Braziliense
postado em 15/11/2021 00:01

Diante da escalada dos juros e do endividamento elevado das famílias, especialistas orientam os consumidores a programarem bem as despesas ao longo do mês para não ficarem ainda mais no vermelho. O recomendável é não comprometer mais do que 30% da renda familiar com dívidas, para começar.

Ricardo Rocha, professor de Finanças do Insper, recomenda que é preciso fazer um bom planejamento para não cair na bola de neve do endividamento elevado. Ele lembra que a chegada da primeira parcela do 13º salário poderá ajudar na quitação daquelas dívidas mais caras. "É preciso começar 2022 com o uso adequado do 13º, fazendo um orçamento para as despesas de início de ano, com meta de reduzir o endividamento ou alongar, se for a melhor alternativa", sugere.

Contudo, esse salário extra pode não ser uma garantia para muitos brasileiros, uma vez que pesquisa feita pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Simpi), revela que uma em cada cinco empresas deverá atrasar o 13º deste ano. O levantamento indica que 26% das micros e pequenas indústrias têm mais dificuldade para pagar o benefício neste ano do que tinham em 2020.

"É importante fazer um bom planejamento financeiro, saber administrar o orçamento familiar de forma rígida e não esquecer de fazer previsão de gastos futuros para o próximo ano", reforça Fábio Gallo, professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ele recomenda colocar tudo no papel e separar os gastos por quatro grupos: A (Alimentação), B (Básicos), C (Contornáveis) e D (Desnecessários). "É preciso determinar um valor fixo para cada uma dessas despesas no mês, inclusive, para a alimentação, que é mais essencial, e, assim, evitar comprar itens supérfluos. É possível substituir os produtos mais caros pelos mais baratos. Muitas famílias já estão trocando a carne pelo ovo. Mas o importante é não gastar além do valor destinado na planilha", afirma.

No segundo grupo, estão os itens básicos, como contas de luz, gás e telefone. O jeito é tentar economizar o máximo possível. A terceira categoria possui aqueles gastos que fazem a vida melhor, mas podem ser cortados no caso de emergência, como TV a cabo, serviços de streaming, de banda larga e até academia. "Eu já vi desempregado pagando academia. A banda larga pode ser necessária para algumas pessoas, mas é preciso colocar tudo isso no sinal amarelo, pois podem ser cortados", conta Gallo.

Finalmente, no último grupo, estão aquelas despesas que o consumidor nem lembra que está comprando. Como exemplo, o professor orienta sempre conferir a fatura do telefone celular, porque pode aparecer algum pacote ou item que não foi contratado ou esquecido. Outro gasto desnecessário é a anuidade de cartão de crédito. "Hoje em dia não tem sentido pagar para uma bandeira se você pode ter cartão gratuito", ressalta. (RH)

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags