Inadimplência segue baixa

Correio Braziliense
postado em 15/11/2021 00:01

A taxa de inadimplência no país ainda está baixa, principalmente, por conta das negociações de dívidas promovidas pelos agentes financeiros, de acordo com especialistas. Eles alertam que, como há chances de nova recessão no ano que vem, o desemprego continuará elevado, e, portanto, a tendência é de redução na oferta de crédito e de aumento do custo dos financiamentos com a perspectiva de volta de crescimento dos calotes.

"Se o desemprego aumentar, a inadimplência voltará a subir", alerta Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), destaca que, por enquanto, não há pressões para "a elevação sistemática da inadimplência", tanto da pessoa física quanto da jurídica. "Os indicadores estão estáveis. Não vejo ainda pressões significativas sobre a inadimplência. Esses feirões de renegociação de dívidas têm sido importantes", complementa.

Leve alta

Conforme dados do Banco Central, em setembro, a inadimplência das pessoas físicas voltou a crescer após três meses de estabilidade, passando de 2,9% para 3%. Enquanto isso, a taxa de empresas atrasando os compromissos recuou para 1,4% depois de manter-se em 1,5% entre maio e agosto.

Na avaliação de Carlos Antonio Rocca, coordenador do Cemec-Fipe, apesar de as taxas de inadimplência estarem baixas, devido à piora da conjuntura econômica, a tendência é que essa inadimplência volte crescer". Ele lembra que, com juros de 10% ao ano, uma dívida dobra a cada sete anos, mas esse prazo vai encurtar com a tendência de juros cada vez maiores no mercado.

Aliás, levantamento da Serasa Experian mostra números preocupantes. Em setembro, havia 5,8 milhões de empresas inadimplentes, das quais 5,3 milhões são de micro e pequeno porte. No setor de serviços, que foi o mais atingido pela pandemia, está a parcela mais expressiva dentre os negativados: 51,7% do total, o maior índice da série histórica iniciada em 2018. (RH)

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