Benefícios avançam

Correio Braziliense
postado em 20/11/2021 00:01

A pandemia da covid-19 tirou os trabalhadores brasileiros do mercado de trabalho e fez com que grande parte passasse a depender de benefícios sociais. Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2020, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a proporção de domicílios que recebem programas sociais saltou de 0,7% em 2019 para 23,7% em 2020. O aumento se deve ao Auxílio Emergencial, criado em 2020 pelo governo para diminuir os impactos socioeconômicos da pandemia, que acabou de ser pago ontem aos brasileiros.

Além disso, com a migração de pessoas que recebiam o Bolsa Família para o Auxílio Emergencial, já que este benefício pagava um pouco mais que o outro, houve redução da proporção de lares que recebiam o Bolsa Família. Entre 2019 e 2020, o número caiu de 14,3% para 7,2%.

A dona de casa Ana Paula de Melo Silva, 27 anos, recebia o Bolsa Família há três anos, mas na pandemia passou a receber o Auxílio Emergencial. "Foi uma necessidade, porque eu não tinha renda nenhuma e com a covid-19 tudo ficou mais difícil", desabafou. Mãe solteira de três filhos, ela mora de aluguel no Riacho Fundo 1 sozinha com as crianças e recebia R$ 375 do governo durante a pandemia.

Agora que o auxílio acabou, a falta de informação sobre o Auxílio Brasil, que entra no lugar do Bolsa Família, a deixa aflita. "Como recebia o Bolsa Família, acho que o meu já vai ser atualizado automaticamente, mas não sei como vai ser", disse.

Categorias

Segundo o IBGE, o Auxílio Emergencial fez com que a participação de "outros rendimentos" na renda domiciliar per capita atingisse 7,2%, a maior da série histórica da pesquisa. Em 2019, a proporção foi de 3,4%.

A categoria "outros rendimentos" foi a única que cresceu de 2019 para 2020. A participação do rendimento de todos os trabalhos na renda domiciliar caiu de 74,4%, em 2019, para 72,8% em 2020. "O mercado de trabalho sofreu bastante com a pandemia. Por causa do distanciamento social, alguns setores que dependiam de movimentação de pessoas, como o de serviços, foram ainda mais afetados. O trabalho em si perdeu espaço", explicou a analista da pesquisa Alessandra Scalioni.

Por outro lado, o pagamento do Auxílio Emergencial fez com que a proporção de pessoas que tinham outros rendimentos atingisse 14,3% em 2020, o que representa 30,2 milhões de pessoas. É a primeira vez, desde o início da pesquisa, que este grupo supera os que recebem aposentadoria e pensão (12,4%).(MEC e BL)

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