TRABALHO

Desocupação recua, mas número de quem procura emprego ainda é alto; renda cai

Vacinação permite retomada de atividades, porém o país ainda tem 13,5 milhões de pessoas à procura de emprego. Rendimento dos trabalhadores diminui

Maria Eduarda Cardim
postado em 01/12/2021 06:00
 (crédito: Diana Raeder/Esp.CB/D.A Press)
(crédito: Diana Raeder/Esp.CB/D.A Press)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada, ontem, pelo Instituto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a taxa de desemprego no Brasil recuou 1,6% do segundo para o terceiro trimestre deste ano, ao atingir a marca de 12,6% nos meses de julho, agosto e setembro de 2021. No entanto, a falta de trabalho ainda atinge 13,5 milhões de pessoas. Para o Ministério da Economia, a retomada da atividade econômica é resultado da vacinação em massa e do aumento da mobilidade da população brasileira.

A pesquisa do IBGE destaca que a informalidade responde por 54% do crescimento da ocupação. Entre as categorias de emprego que mais cresceram do segundo para o terceiro trimestre deste ano estão os empregados do setor privado sem carteira assinada (10,2%). Além disso, houve aumento de 9,2% no número de trabalhadores domésticos, que chegou a 5,4 milhões de pessoas — número ainda menor do que no período pré-pandemia. No primeiro trimestre do ano passado, havia 6 milhões de trabalhadores domésticos.

Arte Desemprego
Arte Desemprego (foto: Valdo Virgo)

Outra categoria que cresceu e atingiu o maior número desde o início da série histórica da pesquisa foi a dos trabalhadores por conta própria, que são 25,5 milhões. Esse contingente inclui os trabalhadores que não têm CNPJ, cujo número cresceu 1,9% em relação ao último trimestre anterior.

De forma geral, os ocupados chegaram a 93 milhões, com crescimento de 4% entre um trimestre e outro, sendo que destes 66,4% estavam empregados, 4,1% eram empregadores, 2,1% são trabalhadores familiares auxiliares e 27,4% pessoas que trabalhavam por conta própria.

"No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho e nem buscava emprego", avaliou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Renda cai

Apesar da queda do desemprego, o rendimento médio dos brasileiros caiu pelo 4º trimestre seguido, para R$ 2.459. Houve queda de 4% ante o trimestre anterior e de 11,1% em relação a igual trimestre de 2020. É também o menor rendimento médio registrado pelo IBGE desde o final de 2012.

A análise de Beringuy indica que o aumento da ocupação foi puxado por postos de trabalho com salários menores. "Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação", avaliou.

Na análise do Ministério da Economia, o aumento da mobilidade e da vacinação em massa da população brasileira proporcionam a retomada da atividade econômica. "Essa dinâmica se reflete no recuo da taxa de desocupação", diz nota informativa da Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta. A expectativa da SPE é de que nos próximos meses o nível de ocupação siga subindo, "puxado, principalmente, pelo aumento de participação do mercado informal, além da tendência positiva no mercado de trabalho formal".

Em todas as regiões, foi possível observar diminuição da taxa de desocupação. Os estados que possuem maiores taxas de desemprego são Pernambuco (19,3%), Bahia (18,7%), Amapá (17,5%) e Alagoas (17,1%). As menores taxas foram registradas em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,6%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Rondônia (7,8%).

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