Em duas décadas, mercado automotivo vai da euforia ao desalento

Correio Braziliense
postado em 02/12/2021 00:01

No início do século, analistas da indústria automotiva disseram que, em duas décadas, o mercado brasileiro atingiria a marca de 6 milhões de veículos vendidos por ano, consolidando-se como um dos maiores do mundo. Em 2021, porém, o setor colocará nas ruas apenas um terço disso. O que deu errado na previsão dos especialistas? Pandemia, falta de componentes como semicondutores (os famosos chips) e inflação alta são alguns dos fatores que, pelo menos nos últimos dois anos, levaram os fabricantes a pisar no freio. E, claro, é preciso citar as crises econômicas sem fim que esvaziaram o bolso dos motoristas. Junte-se a isso as mudanças na sociedade: os jovens de hoje não estão tão interessados em comprar carros — e o que se projeta é um futuro cada vez mais desafiador. Por sua vez, a indústria espera que os veículos elétricos, menos poluentes e mais sintonizados com a nova realidade, acrescentem algum alento para o setor.

Vendas fracas de carros colocam setor em alerta

Dados preliminares de novembro mostram um cenário difícil para a indústria automotiva. As vendas de veículos leves somaram 160,3 mil unidades, segundo números da agência Autoinforme. É um desempenho fraco: o volume está quase 22% abaixo do registrado no mesmo mês de 2020. Tudo indica que a projeção da Anfavea, a associação dos fabricantes, para 2021 — 1,98 milhão de modelos vendidos — não será alcançada. E que o setor fechará o ano com resultado abaixo do obtido no auge da pandemia.

Queda do faturamento preocupa a indústria

A onda de dados negativos chegou a todos os setores. Em outubro, o faturamento da indústria de transformação brasileira caiu 2% na comparação com setembro. Trata-se do menor nível de receitas desde junho de 2020, segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Os indicadores reforçam o sentimento dos meses anteriores de um esgotamento da recuperação da atividade econômica", disse Marcelo Azevedo, gerente de análise da entidade.

Donas de shoppings faturam com retomada do movimento

A retomada do movimento dos shoppings impulsionou os resultados financeiros de suas controladoras. A BrMalls, administradora de três dezenas de shoppings brasileiros, viu seu lucro aumentar quase sete vezes no terceiro trimestre diante de igual período do ano passado. O Grupo Multiplan, dono do BH Shopping, em Belo Horizonte, e do BarraShopping, no Rio de Janeiro, detectou um aumento de 10% das vendas em outubro diante de idêntico mês de 2019.

» Um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) revelou que, pela primeira vez em 20 anos, o mundo não vai registrar, em 2021, crescimento da geração de energia hidrelétrica. Segundo a entidade, o motivo são as secas severas em países como Brasil, China, Estados Unidos e Turquia.

» O mesmo estudo da IEA apontou que o mundo deverá registrar aumento de 6% na geração de energias renováveis em 2021. Nesse cenário, o destaque ficou com a energia solar, que ampliou em 17% a sua capacidade instalada. A China lidera o movimento, com robustos investimentos realizados no setor.

» A próxima Copa do Mundo, que será realizada no Catar, pode trazer dor de cabeça para a Fifa. O país-sede tem sido alvo de protestos contra seu histórico de violações dos direitos humanos. Será um evento diferente. Pela primeira vez, ocorrerá no fim de ano, de 21 de novembro a 18 de dezembro, período com temperaturas mais amenas.

» Tel Aviv, em Israel, foi apontada pela primeira vez como a cidade mais cara do mundo pela tradicional pesquisa da The Economist Intelligence Unit (EIU), braço de inteligência da revista britânica. Segundo a publicação, a ascensão de Tel Aviv reflete um shekel forte e o aumento dos preços do álcool, alimentos e transporte. Paris ficou em segundo lugar.

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