Sem pesquisa, não há inovação

Correio Braziliense
postado em 03/12/2021 00:01
 (crédito:  Carlos Vieira/CB)
(crédito: Carlos Vieira/CB)

No mundo acadêmico brasileiro, inovação e pesquisa precisam acertar o passo. Esse é o entendimento da decana de Pesquisa e Inovação da Universidade de Brasília (UnB), Maria Emília Walter. "Em todo o Brasil, nossas universidades têm uma qualidade técnica enorme, mas a inovação não veio junto", pontuou.

Durante a explanação no Correio Talks, a professora lembrou a vocação da UnB para a inovação, desde a inauguração, em 1962. "Os criadores desejavam criar uma experiência educadora unindo a modernidade das pesquisas tecnológicas com a produção acadêmica, capazes de melhorar a realidade brasileira", contou a decana.

Segundo Maria Emília, o Brasil tem uma base sólida de produção científica e tecnológica. "Nesse contexto é que veio o decanato em que atuo desde 2017, exatamente para contribuir mais fortemente para essa produção de propriedade intelectual e empreendedorismo", explicou.

Para a decana, sem a pesquisa de excelência não há inovação. "Todas essas grandes inovações, Instagram, Facebook, Windows, nasceram em uma universidade. Precisamos de uma academia forte para permitir uma construção do conhecimento sólido. Tecnologias, como fibra óptica, infraestrutura de comunicação como um todo, têm um trabalho científico por trás. É importante que as pessoas saibam disso", esclareceu.

Maria Emília comentou, ainda, ser preciso um apoio do governo para gerar conhecimento. "O conhecimento que é gerado nas universidades pode não gerar educação, mas gera novas tomadas de posições em relação ao conhecimento estudado. Então, essa geração de conhecimento é que precisa ser aportada pelo governo", destacou.

"Precisamos também da compreensão do setor privado de que o investimento na academia do Brasil leva à inovação. Do outro lado, esse é o trabalho que fazemos nas universidades, essa mudança de mentalidade, de trabalhar em conjunto com o setor privado e governo", disse.

A decana apontou também que "as tecnologias sociais são fundamentais em um país de extrema desigualdade, como no Brasil". De acordo com ela, a UnB aprovou, em 2020, uma política de inovação, baseada em uma quíntupla hélice: "Tradicionalmente temos a tríplice hélice com academia, governo e setor privado. Acrescentamos duas hélices transversais, que são as tecnologias sociais e o meio ambiente".

Maria Emilia avaliou que o momento exige maior integração. "Estamos entrando em um novo mundo e precisamos estar atentos a essas mudanças. No meu ponto de vista, as universidades estão abertas, tanto para estudantes quanto para empresários. Vejo que é um mundo em transformação, que exige que todos tenham posturas diferentes, mas sempre com esperança. Sou otimista", comentou.

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