Setor Agropecuário

CNA prevê safra recorde em 2022, mas com custos maiores de produção

Entidade divulgou nesta quarta-feira (8/12) o balanço do setor de 2021 e as perspectivas para o ano que vem. Segundo a CNA, também, a agropecuária deve continuar crescendo em 2022, mas num ritmo menor que nos observados anos anteriores

Fernanda Strickland
postado em 08/12/2021 11:50
 (crédito: Cadu Gomes/CB/D.A Press)
(crédito: Cadu Gomes/CB/D.A Press)

A previsão da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para 2022 é uma safra de grãos recorde (289 milhões de toneladas, 14% a mais que a safra deste ano), favorecida pelo clima. No entanto, o custo de produção deve ser um dos mais altos da história devido ao cenário de permanência de alta dos custos com os insumos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (8/12), durante a entrevista coletiva de final de ano para apresentar o balanço de 2021 e as perspectivas para 2022 do setor agropecuário. Segundo a CNA, a agropecuária deve continuar crescendo em 2022, mas num ritmo menor que nos observados anos anteriores.

Segundo a CNA, neste ano, o produtor rural conviveu com o aumento de mais de 100% nos custos com fertilizantes e defensivos para culturas como soja e milho, e a tendência para o próximo ano é de que este quadro se mantenha. A entidade também prevê que, mesmo com a elevação dos preços e o aumento de produção de algumas culturas, a alta dos custos de produção deve achatar a margem de lucro do produtor rural de maneira geral.

Neste contexto, de acordo com a CNA, alguns fatores devem determinar o comportamento da safra 2021/2022 no Brasil e precisam ser acompanhados de perto no próximo ano, como a questão da logística, o abastecimento de insumos (boa parte da matéria-prima dos fertilizantes é importada, o que impacta os custos de produção) e o fenômeno climático La Niña.

Comércio exterior

Na parte do comércio internacional, as exportações do agronegócio bateram recorde no acumulado de 2021 de janeiro a novembro, atingindo o valor de US$ 110,7 bilhões, superando o recorde anterior que era referente a todo o ano de 2018 (US$ 101,2 bilhões). Na comparação com o mesmo período de 2020, o crescimento foi de 18,4%.

Neste ano, os principais produtos do agronegócio brasileiro exportados foram soja em grãos, carne bovina in natura, açúcar de cana em bruto, farelo de soja e carne de frango in natura. Os principais destinos foram China, União Europeia, Estados Unidos, Tailândia e Japão. Juntos, esses cinco mercados responderam por 62% dos consumidores que adquiriram os itens brasileiros. O país onde foi registrada a maior expansão das vendas externas em 2021 foi o Irã (71,3%), com receita de US$ 734 milhões.

Para 2022, a Diretoria de Relações Internacionais da CNA pondera que alguns fatores internacionais devem ser monitorados, como o comportamento da covid-19, os gargalos do transporte marítimo, a oferta global de insumos, a pauta ambiental e o comércio internacional. A entidade também prevê que a China deve se manter como o principal parceiro comercial do Brasil para os produtos do agro.

A confederação também vai intensificar seus projetos de atuação em busca de mais mercados para os produtos do agro. Entre as iniciativas previstas, estão a abertura de um terceiro escritório no exterior, este em Dubai, a retomada do programa AgroBrazil, que leva representações estrangeiras para conhecer as principais regiões produtoras no país. A CNA já conta com escritórios em Xangai e Singapura.

No ano que termina, a entidade destaca alguns objetivos alcançados, como a inscrição de mil empresas no Projeto Agro.BR. A iniciativa é desenvolvida com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) para inserir cada vez mais pequenos e médios produtores no comércio exterior e diversificar a pauta brasileira de exportações de produtos do setor.

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