Com inflação alta, varejo emperra

Correio Braziliense
postado em 09/12/2021 00:01

A Black Friday e as festas de fim de ano não têm sido suficientes para animar os consumidores brasileiros. Com a inflação alta, os juros em aceleração e o aumento expressivo do nível de endividamento das famílias, as vendas continuam em trajetória de baixa. Em outubro, as transações no varejo recuaram 0,1% em comparação com o mês anterior. Parece pouco, mas o setor já havia encolhido 4,1% em agosto e 1,1% em setembro, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE. Sete dos 10 segmentos varejistas acompanhados pela PMC encolheram na passagem de setembro para outubro, confirmando que os efeitos da crise estão disseminados por toda a economia. O cenário negativo tem derrubado os preços das ações das grandes varejistas, que são as que mais sofrem na Bolsa brasileira. Tudo indica, portanto, que o varejo iniciará 2022 em ritmo lento, praticamente parado. Resta saber quanto tempo a crise irá durar.

Fortalecer a indústria deveria ser prioridade

Um tema que merece mais atenção nos debates econômicos é o enfraquecimento da indústria nos últimos anos. Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o peso do setor na economia brasileira voltou a subir no terceiro trimestre do ano, chegando a 12,5%. É pouco. O auge da participação foi em 1985, quando o índice chegou a 24,5%. A desindustrialização não é fenômeno recente, mas combater o problema deixou de ser tratado como prioridade. Isso não é bom para o Brasil.

Citi prevê Pibinho
em 2022

As previsões para o desempenho do PIB brasileiro em 2022 não param de cair. Após a inesperada queda das vendas no varejo em outubro, o banco americano Citi estima que a economia do Brasil crescerá 4,5% em 2021, ante 4,7% da projeção anterior. Para 2022, a expectativa é de alta de 0,3% do PIB — ou seria Pibinho? — contra expansão de 0,6% calculada antes. Enquanto isso, Paulo Guedes, o ministro da Economia, insiste em dizer que o país está decolando. A realidade é bem diferente.

Vendas por aplicativos disparam na Black Friday

Os aplicativos se tornaram ferramentas fundamentais para os negócios. Segundo levantamento realizado pela agência Corebiz, as vendas por apps cresceram 55% na Black Friday em relação ao mesmo período do ano passado. O estudo também constatou que as transações realizadas nessas plataformas representaram 21% da receita total do comércio on-line durante o evento de descontos. Não à toa, o Brasil é atualmente o segundo mercado de aplicativos que mais cresce no mundo.

» O Ibope Repucom divulgou seu novo levantamento sobre a presença dos clubes brasileiros nas redes sociais. Flamengo (44,1 milhões de seguidores), Corinthians (27 milhões) e São Paulo (17,6 milhões) lideram o ranking. De acordo com a pesquisa, o Atlético tem 8,4 milhões de fãs nas redes, enquanto o Cruzeiro soma 7,8 milhões.

» O conglomerado de luxo LVMH, dono de marcas como Chandon, Louis Vuitton e Tiffany, abriu inscrições para a nona edição de seu tradicional prêmio para jovens estilistas. Até 30 de janeiro, qualquer designer com menos de 40 anos, que tenha criado ao menos duas coleções completas, pode se candidatar ao prêmio de 300 mil euros.

» A indústria de alimentos não para de se reinventar. A startup sueca Mycorena lançou o primeiro ingrediente baseado em cogumelos que imita a textura das gorduras animais. Segundo a empresa, a gordura feita a partir de fungos se comporta da mesma maneira que a animal, além de ter sabor parecido. O produto deverá chegar ao Brasil em 2022.

» O Maksoud Plaza, o icônico hotel de São Paulo que fechou as portas nesta semana, pode reaparecer em nova versão. Segundo a HM Hotéis, administradora do espaço, a ideia é levar a marca para outro endereço, mas mantendo a identidade da casa. O valor da recuperação judicial do Maksoud é de R$ 81 milhões.

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