Reajuste da gasolina

Preço da gasolina nas refinarias tem leve diminuição após 6 meses seguidos de aumento

Com a primeira diminuição desde junho, o preço médio de venda da gasolina A para as distribuidoras passará de R$ 3,19 para R$ 3,09 por litro.

Bernardo Lima*
postado em 14/12/2021 20:32
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A Press)

A partir desta quarta-feira (15/12), o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,19 para R$ 3,09 por litro, anunciou a Petrobras nesta terça-feira (14/12). Com o reajuste, há redução média de 3,13% ou de R$ 0,10 por litro.

Em nota, a estatal alegou que o ajuste reflete, em parte, a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, "que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina".

O último reajuste no preço dos combustíveis realizado pela Petrobras foi anunciado no dia 25 de outubro, quando a companhia aumentou em 7,04% a gasolina e em 9,15% o diesel.

A redução anunciada hoje foi a primeira desde 12 de junho. De lá pra cá, foram feitos quatro aumentos.

Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço do combustível na bomba passará a ser de R$ 2,26 a cada litro, em média. Com isso, houve uma redução de R$ 0,07.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, na última semana, entre 5 e 11 de dezembro, o preço do litro da gasolina comum passou de R$ 6,742 para 6,708. Uma queda de 0,50%. O preço médio da gasolina comum teve a quarta queda semanal consecutiva, desde 14 de novembro, quando o litro do insumo era vendido, em média, por R$ 6,752 nas bombas de postos.

Pressão de Bolsonaro


O reajuste já tinha sido adiantado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) há pouco mais de uma semana, quando disse a apoiadores que a estatal reduziria o valor do combustível. Um dia depois, a empresa negou, por meio de nota, que anunciaria queda nos preços da gasolina.

Depois das declarações, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula e fiscaliza o mercado de capitais, abriu investigação contra a Petrobras, para descobrir como o presidente teria acesso a informações privilegiadas da Petrobras.

Inflação


Apesar da redução recente, a gasolina já acumula uma alta de 50,78% em 12 meses, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do Brasil. Os dados de novembro foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O aumento pesa no bolso de todo mundo, mas prejudica ainda mais quem precisa abastecer todo dia. O caminhoneiro de 45 anos, Wesley Valadares está enfrentando problemas para trabalhar com o alto preço da gasolina: “Nem consigo mais calcular frete direito, não dá para saber quanto a viagem vai custar no final, só sei que vai ser muito”, desabafou.

Caminhoneiro há 10 anos, Wesley pensa em trocar de profissão, caso a gasolina continue com o preço elevado: “É complicado, agora eu só boto 300 a 400 reais, não encho o tanque. Com esse custo eu quase pago para trabalhar, minha vontade é de vender o caminhão no final deste ano.”

Alice Ramos, 33 anos, é servidora pública e já não se lembra mais da sensação de ter o tanque cheio: “Acho que desde o meio do ano passado que eu não consigo abastecer 100%”. Para tentar economizar, ela busca postos com preços mais baixos, o que segundo Aline, é muito difícil: “Sempre fico na procura de posto com gasolina em promoção ou preço baixo. Mas mesmo assim não adianta tanto, dificilmente você encontra valores que caibam no bolso.”

*Estagiário sob supervisão de Lorena Pacheco

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação