IBGE

Prévia da inflação, IPCA-15 fecha o ano em 10,42%, maior valor desde 2015

Índice teve alta de 0,78% em dezembro, puxado especialmente pelo aumento no preço dos combustíveis e conta de luz — acumulado no mês é o maior em seis anos, aponta IBGE

João Vitor Tavarez*
postado em 23/12/2021 19:02 / atualizado em 23/12/2021 19:02
Para o cálculo do IPCA-15, explica o IBGE, os preços foram coletados de 13/11/21 a 13/12/2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de outubro a 12 de novembro de 2021 (base) -  (crédito: Reprodução)
Para o cálculo do IPCA-15, explica o IBGE, os preços foram coletados de 13/11/21 a 13/12/2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de outubro a 12 de novembro de 2021 (base) - (crédito: Reprodução)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (23/12), que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta de 0,78% em dezembro, após ficar em 1,17% em novembro. E vai fechar 2021 em 10,42%, o maior acumulado no ano desde 2015 (10,71%). O IPCA-15 é a prévia da inflação oficial, e recolhe dados do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência.

Conforme o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em dezembro. O maior variação foi no ramo de Transportes (2,31%) — no sentido de relação com o que aumentou em anos anteriores —, que encerra o ano com alta acumulada de 21,35%. O desempenho foi puxado pelo aumento nos preços dos combustíveis (3,40%) e, em específico, da gasolina (3,28%).

Também houve influência dos preços do etanol (4,54%) e do óleo diesel (2,22%), que também subiram, “embora as variações tenham sido menores que as do mês anterior (7,08% e 8,23%, respectivamente)”.

No ramo Habitação, que apresentou alta de 90%, o impacto tem origem no preço da energia elétrica. Desde setembro, está em vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 quilowatt-hora consumidos.

“Além disso, foram aplicados reajustes tarifários em: Brasília (3,81%), com reajuste de 11,69%, em vigor desde 22 de outubro; Porto Alegre (3,15%), com reajuste de 14,70% em uma das concessionárias, a partir de 22 de novembro; Goiânia (2,63%), com reajuste de 16,37%, vigente desde 22 de outubro; e São Paulo (0,27%), com reajuste de 16,44% em uma das concessionárias, a partir de 23 de outubro”, informa o IBGE.

Confira outros indicadores

  • Gás encanado: subiu 2,58%, puxado pelos reajustes de 6,90% no Rio de Janeiro (4,06%), aplicado a partir de 1º de novembro, e de 17,64% em São Paulo (2,28%), a partir de 10 de dezembro.
  • Botijão de gás: alta de 0,51%, onde os preços subiram pelo 19º mês seguido. Alta acumulada de 38,07% em 2021.
  • Alimentação e bebidas: aumento de 0,35%, puxado pela alta da alimentação no domicílio (0,46%). A maior contribuição individual vem do café moído (9,10%), que acelerou em relação a novembro (4,91%).
  • Saúde e cuidados e Educação não registraram alta neste mês, conforme o IBGE.

 
Para o cálculo do IPCA-15, explica o IBGE, os preços foram coletados de 13/11/21 a 13/12/2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de outubro a 12 de novembro de 2021 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes

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