Despreparo financeiro

Correio Braziliense
postado em 25/12/2021 00:01

Entre aqueles que pretendem poupar ou investir o 13º, os principais destinos para esse dinheiro serão a reserva de emergência (56%), investimentos em ativos financeiros (26%) e gastos de começo do ano (19%), como matrículas, IPVA e IPTU. É o que mostrou, neste fim de ano, a pesquisa realizada pela Onze, fintech de saúde financeira e previdência privada.

"Dos entrevistados que pouparão, mas não investirão o 13º, chama a atenção a falta de conhecimento sobre educação financeira, visto que os principais motivos para não investir são 'deixar guardado na poupança' (39%), 'não sei investir' (14%), 'nunca pensei a respeito' (13%) e 'não confio que os investimentos vão me dar um bom retorno' (8%). No total, é um gargalo que abrange 73% dos respondentes", pontuou o analista de investimento da Onze, Samuel Torres.

Em um outro levantamento, realizado por uma empresa de renegociação de dívidas, a Acordo Certo, foi divulgado que, dos consumidores que receberam 13º salário, 38% utilizarão todo o recurso e ainda vai faltar. Além disso, 49% usarão a quantia para pagar dívidas atrasadas e 35% para pagar contas do dia a dia. A pesquisa apontou, ainda, que, para 67%, o 13º salário vai ser fundamental para não ficar no vermelho, situação bem comum em época de grandes gastos como final e início de ano. Assim, 70% das pessoas afirmaram que o salário extra vai salvar os gastos de final e início de ano.

A educadora financeira Bruna Alleman, da Acordo Certo, explicou que, para manter as contas no azul, é necessário balancear um equilíbrio emocional e racional financeiro. "Existe um percentual de pessoas que não sabe nem para onde o dinheiro vai. As pessoas foram levando a situação financeira até onde não deu mais".

Na visão da especialista, o primeiro passo para não ficar no vermelho é reservar a partir de agora. "Dê uma olhada em todos os seus custos fixos, inclusive nas suas contas básicas, alguma coisa você vai ter que adaptar. Tirar qualquer tipo de luxo e listar as dívidas. Por exemplo, você não pode deixar de ter moradia, educação, transporte e alimentação e saúde. Essas são as dívidas que as pessoas precisam negociar, porque afetam diretamente na vida delas", aconselhou.

Além disso, é fundamental não depender de renda extra, que é "contar com alguma coisa que você não tem". "Vamos aprender com as nossas dívidas. Ou seja, separar um valor para quitar dívida, mas separar um valor para guardar também. Não utilize o 13º inteiro, comece a aprender a não viver no limite. É preciso fazer as contas caberem dentro dos dois salários". (GC*)

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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