Inflação

Brasília registra maior alta do país no preço da cesta básica

Em contrapartida, a cidade de Belo Horizonte teve recuo no valor dos produtos analisados. Dados são da plataforma Cesta de Consumo HORUS/FGV Ibre

Maria Eduarda Angeli*
postado em 11/01/2022 15:54
 (crédito:  Minervino Junior/CB)
(crédito: Minervino Junior/CB)

O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos em Brasília (DF) aumentou 14% em dezembro, a maior alta do país. Outras seis capitais apresentaram elevação nos preços em relação a novembro — com destaque para Manaus (AM) e Fortaleza (CE), cujos valores tiveram variação de 7,8% e 6,8%, respectivamente. A menor alta ocorreu em São Paulo, onde a cesta teve elevação de 0,1%. Os dados são da plataforma Cesta de Consumo HORUS/FGV Ibre.

A única cidade analisada a registrar recuo foi Belo Horizonte (MG), com -2,7%. O resultado foi puxado pela queda no preço do pão (-22,5%), da carne bovina (-9,6%) e do leite (-2,5%). Agora, a capital mineira tem cestas por R$ 527,93. Em Brasília, onde a cesta básica custa R$ 681,87, os produtos que mais contribuíram para o aumento foram frutas (12,7%), café (5,7%) e frango (5,8%).

Ainda que no Distrito Federal tenha sido relatada a maior variação, a cesta mais cara é aquela encontrada no Rio de Janeiro, por R$ 830,27, seguida pela de São Paulo R$ 799,54 e pela Fortaleza R$ 752,40.

De modo geral, as frutas e o café em pó subiram em todas as capitais. No caso do primeiro produto, a alta tem relação com o verão e com a grande demanda incentivada pelas festas de fim de ano, em especial o Natal. Além disso, os legumes também apresentaram elevação em sete das oito cidades pesquisadas, pressionados pela tendência de alta no preço da batata e da cebola, que são influenciados por fatores climáticos que prejudicaram a colheita. Também há a questão do aumento dos preços internacionais e da valorização do dólar, o que tem sido um incentivo para exportação, empurrando para cima os preços no mercado interno.

Dentre os produtos que apresentaram redução nos preços estão arroz, carne bovina, leite UHT e feijão. No caso do arroz e do feijão, essenciais e tradicionais na alimentação brasileira, o valor alto tem impactado na demanda, forçando os preços para baixo. Outro fator é a maior incidência de chuva, que favorece uma maior oferta.

Cesta ampliada

A cesta ampliada — que além dos alimentos considera bebidas e produtos de higiene e limpeza — também registrou alta em cinco das oito capitais avaliadas. Os valores mais elevados são os do Rio de Janeiro (R$ 1.753,83) e de São Paulo (R$ 1.686,49). Já as maiores variações, também seguindo o mesmo comportamento da cesta básica, foram relatadas em Brasília (13,6%), Fortaleza (5,0%) e Manaus (3,9%), enquanto São Paulo e Belo Horizonte apresentaram leve retração.

Nesta categoria destaca-se a subida de produtos de higiene e de limpeza na maioria das capitais. Mais uma vez, o aumento do dólar contribui para o cenário. A valorização da moeda tem a ver com os custos dos insumos utilizados na produção desses artigos, além da elevação no preço do petróleo e derivados, que impacta diretamente nos custos de fabricação de produtos da indústria química, bem como nas embalagens.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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