A força da agropecuária no Brasil faz do setor uma ótima opção de trabalho para quem se forma nos cursos voltados para o campo. "Se tem um mercado aquecido, é o mercado agrícola", diz Nilson Cometti, agrônomo e diretor-geral do Campus Planaltina do Instituto Federal de Brasília (IFB). Segundo ele, "30% dos trabalhadores brasileiros são da área agrícola".
Cometti foi o entrevistado de ontem do programa CB.Agro — parceria do Correio com a TV Brasília. Além da importância da formação de novos profissionais para atuar na agropecuária, o especialista destacou o potencial de Brasília para o desenvolvimento do setor.
O IFB-Planaltina tem como destaque os cursos voltados para a agricultura. Divididos em técnicos e superiores, atendem milhares de alunos gratuitamente: na primeira modalidade, o ingresso é por sorteio, basta se inscrever no site do instituto. Já para a segunda, a entrada é via Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Cometti destaca que sempre há vagas remanescentes, às quais a comunidade pode se candidatar também por meio do site oficial.
Aulas on-line
Desde 2020, as atividades da instituição ocorrem, majoritariamente, on-line, e assim devem permanecer por algum tempo. "Quando começou a pandemia, em 13 de março de 2020, a gente achava que, em 15 de abril, já estaria voltando. Mas a coisa não foi para esse lado, infelizmente. Então, nós atrasamos o calendário, entramos com atividades remotas e estamos com elas até hoje, mas algumas atividades presenciais já estão acontecendo", explicou Cometti.
O IFB atualmente se prepara para a inauguração do Centro de Formação Tecnológica em Agricultura 4.0, sustentado por emenda parlamentar da bancada dos deputados federais do DF, que destina R$ 2 milhões para a implantação do projeto no campus.
Segundo o especialista, o Distrito Federal tem grande potencial agrícola. "Todo mundo que não é daqui acha que Brasília é essa cidade maravilhosa que Niemeyer e Lúcio Costa tiveram o brilhantismo de criar. Mas 70% de Brasília é agrícola, então, esse é um lugar onde a agricultura pulula", argumentou.
Cometti lembra a relevância da tecnologia e da inovação no meio agrícola. "A tecnologia 5G vai abrir um espaço enorme para a agricultura de precisão — que vem para economizar insumos", menciona. Para o diretor-geral, formar os estudantes de modo a deixá-los por dentro das novas ferramentas é também importante para a agricultura familiar, já que os alunos podem passar para a frente os conhecimentos que adquiriram no curso.
*Estagiários sob a supervisão
de Odail Figueiredo
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