conjuntura

Alerta do Fed derruba a bolsa

A Bolsa de Valores de São Paulo despencou 2,42%, ontem, após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) divulgar documento afirmando que a alta de juros nos EUA pode começar mais cedo e ser mais rápida do que o previsto até agora. No mercado de câmbio, o anúncio turbinou a cotação do dólar, que terminou o dia em R$ 5,712 para venda, com alta de 0,39%.

A postura do Fed derrubou também as cotações das bolsas norte-americanas. Em Nova York, o Índice Dow Jones fechou em baixa de 1,07% e o S&P 500 caiu 1,94%, enquanto a bolsa das ações de tecnologia, a Nasdaq, foi ainda mais penalizada e afundou 3,34%.

A alta de juros norte-americanos prejudica os mercados de ações em todo o mundo. O movimento do Fed deve acentuar, ainda, a saída de recursos de mercados emergentes. No Brasil, além disso, o nervosismo dos investidores neste início de ano tem sido alimentado pela onda de reivindicações de aumento de salários de diversas categorias do funcionalismo público federal, o que pode resultar em aumento dos gastos e maior desequilíbrio das contas públicas.

Para o gestor Sergio Zanini, sócio da Galapagos Capital, está claro que o real apresenta um desempenho pior que a maioria dos emergentes porque "questões idiossincráticas" do Brasil estão "pesando muito" sobre os ativos domésticos. "Existe a dinâmica da curva de juros americana, mas ela é igual para todo mundo. Mesmo em dias em que as moedas emergentes apreciam bastante, o real tem performance pior", afirma Zanini, destacando que o peso chileno e o peso colombiano, por exemplo, apresentaram um bom desempenho nesta quarta-feira.