Desemprego

Crise de desemprego pode ser prolongada até 2024, aponta OIT

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, a evolução do nível de atividade econômica ao longo de 2021 não foi suficiente para que voltasse ao patamar de emprego em que estava antes da pandemia

Fernanda Strickland
postado em 01/02/2022 20:54 / atualizado em 01/02/2022 20:54
 (crédito: Diana Raeder/Esp.CB/D.A Press)
(crédito: Diana Raeder/Esp.CB/D.A Press)

A pandemia do covid-19 já está perto de fazer dois anos, mas a retomada econômica continua insuficiente depois de 2021. As perspectivas para 2022 permanecem com baixo crescimento para a economia. Segundo novo relatório sobre a situação do emprego da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nessa segunda-feira (31/1), as incertezas em relação a novas variantes podem prolongar a crise do mercado de trabalho na América Latina e Caribe até 2024.

Em 2021, a evolução do nível de atividade econômica não foi suficiente para que a região voltasse ao patamar de emprego em que estava antes da pandemia. Conforme o levantamento da OIT, foram perdidos cerca de 49,1 milhões de postos de trabalho na região entre 2019 e 2020, e ainda faltam recuperar 4,5 milhões de empregos, a maior parte para mulheres.

O diretor da OIT para a América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro, alerta que uma crise de emprego muito longa é preocupante porque ao gerar desânimo e frustração, há repercussão na estabilidade social: "O panorama laboral é incerto. A persistência dos contágios da pandemia e a perspectiva de um crescimento econômico medíocre este ano podem prolongar a crise do emprego até 2023 ou 2024", aponta.

Esse freio na recuperação econômica, a aceleração da inflação e menor espaço fiscal são as ameaças à retomada do mercado de trabalho e elevação da renda. A OIT cita dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) para justificar esse cenário. As projeções apontam que ao final de 2022 mais da metade dos países da região terá um PIB inferior ao de 2019.

O baixo crescimento fará com que a taxa de desemprego tenha uma ligeira redução. Com isso, a tendência é de que o número de horas trabalhadas em 2022 siga abaixo do registrado em 2019 e que haja concentração na geração de empregos informais.

O relatório reforça que não será uma tarefa fácil. "O desafio perene para as economias da América Latina e do Caribe é superar uma situação estruturalmente caracterizada pela estagnação e pela desigualdade. Este desafio deve enfrentar a dupla dificuldade implicada por um espaço fiscal reduzido e altos níveis de endividamento", diz.

O levantamento ainda alerta que para isso, é fundamental implementar políticas produtivas e trabalhistas que permitam gerar empregos de qualidade. “Sua inadequação gera frustração na população e mina a coesão e os próprios fundamentos dos sistemas democráticos", alerta.

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