Defasagem continua

Correio Braziliense
postado em 16/02/2022 00:01

Apesar da queda do dólar (veja ao lado), os preços dos combustíveis no Brasil continuam defasados em relação mercado internacional — entre 11% e 13%, no caso da gasolina, e em torno de 20%, no caso do diesel, de acordo com especialistas.

Mesmo com o recuo de 3% no preço do barril do petróleo, para US$ 92, ontem, após a retirada parcial das tropas russas da fronteira com a Ucrânia, a tendência é de que o preço da commodity continue valorizado, dizem analistas.

Pelos cálculos do economista-chefe do Banco Original, Marco Antonio Caruso, considerando o barril do petróleo em US$ 92 e o dólar em R$ 5,16, a defasagem da gasolina caiu de 17%, na segunda-feira, para 11%, ontem. Para o diesel, a diferença passou de 21% para 19,5%.

"Houve um alívio na ponta, por conta da valorização cambial, mas o petróleo sobe entre 20% e 25% desde o início do ano e a queda do dólar é bem menor, de 7,5%", explicou. Na avaliação de Caruso, apesar da defasagem, a Petrobras deve esperar um pouco mais para anunciar um novo aumento para os combustíveis.

Com isso, os projetos de lei em debate no Senado buscando reduzir os preços podem não ser muito eficazes. Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), reconheceu que as propostas podem ajudar a evitar altas mais acentuada daqui para a frente.

Ele elogiou a iniciativa do senador Jean Paul Prates (PT-RN) de propor a cobrança monofásica do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na gasolina, no diesel e no biodiesel, evitando o impacto em cascata do tributo, mas alertou que o fundo de estabilização de preços é inoportuno. "Um projeto desses tem que ser discutido quando há maior estabilidade no valor dos combustíveis, o que não é o caso no momento", destacou. (RH)

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