Fiesp aposta na normalidade

Correio Braziliense
postado em 18/02/2022 00:01
 (crédito: Werther Santana/AE)
(crédito: Werther Santana/AE)

O novo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, afirmou que, seja qual for o resultado das eleições presidenciais, o país continuará na normalidade. Ele defendeu as urnas eletrônicas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reforçando a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, ao contrário do que faz costumeiramente presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O Brasil não precisa temer quem quer que ganhe a eleição. É preciso confiar na urna eletrônica e no TSE", disse o executivo, ontem, em entrevista a jornalistas na capital paulista. "Independentemente de quem ganhar a eleição, o Brasil não vai acabar", afirmou.

Josué Gomes da Silva preferiu não falar de suas preferências políticas. Segundo ele, uma entidade como a Fiesp tem que ter relação com "todos os governos" e não pode assumir uma posição de partido político. A postura contrasta com a do antecessor dele na Fisep, Paulo Skaf, que aderiu ao movimento de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e declarou voto em Bolsonaro nas últimas eleições.

Ao ser questionado sobre Bolsonaro, o executivo disse que foi o presidente da República que mais atacou as instituições e que, se for reeleito, caso o povo assim decida, terá chance de ter uma outra imagem no registro histórico.

"(Bolsonaro) atacou o Congresso, o Judiciário, as vacinas e até vocês, a imprensa", disse Gomes da Silva aos jornalistas. Contudo, afirmou torcer para que, caso seja reeleito, o atual presidente mude o comportamento. "Eu torço para que ele faça diferente, se for reconduzido ao cargo", afirmou.

Josué Gomes, disse que não é tão próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como dizem. Filho do empresário José Alencar, que foi vice-presidente de Lula, ele afirmou que visitou Brasília umas 10 vezes durante os 12 anos em que seu pai morou na capital federal, primeiro como senador e, depois, como vice-presidente. "Sempre fui distante. Não vendo para o governo e não compro do governo", disse o empresário da indústria têxtil. Ele lembrou que o pai participou de um governo que teve taxa de aprovação de 83% no fim dos oito anos de mandato. "O governo deve ter acertado mais do que errado", avaliou.

O empresário contou ter convidado a economista Vanessa Canado, que trabalha no programa econômico do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para desenhar uma proposta de reforma tributária focada em um Imposto de Valor Agregado (IVA), que é utilizado na maioria dos países.

O presidente da Fiesp ressaltou que a sociedade e a classe política precisam ser convencidos de que deve haver isonomia tributária, o que permitiria melhorar a participação da indústria da transformação no Produto Interno Bruto (PIB), que está no menor patamar da história, de 11%. "Queremos pagar imposto, mas o que todos pagam. E, assim, vamos transformar o Brasil em uma nação mais próspera e mais rica", afirmou.

Sem reeleição

Josué Gomes da Silva disse ainda que não vai disputar a reeleição e afirmou ter como metas melhorar a qualidade da educação, além de aumentar a produtividade de 40 mil micro e pequenas indústrias, a fim de gerar mais empregos no setor. "Meu escritório é aqui perto (da Fiesp). Deixo meu carro lá, venho a pé e vejo famílias morando na rua da cidade mais rica do estado mais rico, em plena Avenida Paulista. Não podemos achar que isso é normal", afirmou. (RH)

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