Quem for abastecer o carro neste fim de semana terá uma boa notícia. Desde o final de dezembro do ano passado, o preço da gasolina caiu quase R$ 1. O litro está sendo vendido por R$ 6,399 em vários postos do Distrito Federal, como os do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
Em dezembro, diz o presidente do Sindicombustíveis-DF, Paulo Tavares, o litro da gasolina bateu na casa dos R$ 7,359 e o do etanol, em R$ 6,559. E é justamente a redução do etanol nas usinas que está empurrando o valor da gasolina nas bombas para baixo. Segundo economistas, neste ano, o etanol já ficou 30% mais barato.
Tavares ressalta, no entanto, que os consumidores devem pesquisar, porque os valores variam muito de uma região para outra. Naquelas em que a competição é maior, eles estão menores, pois é questão de sobrevivência para os postos. Aqueles que não entrarem na guerra de preços vão enfrentar dificuldades.
Margens de lucro
O presidente do Sindicombustíveis-DF diz, ainda, que, por conta dessa concorrência maior, o Distrito Federal tem hoje o metro quadrado mais barato do país para a construção de postos. E poucos empresários se aventuram no negócio, porque as margens de lucro estão mínimas, o que é bom para os consumidores.
Na avaliação de Júlio Antunes, 37 anos, motorista de transporte por aplicativo, mesmo tendo recuado bastante desde o fim do ano passado, a gasolina está cara. O ideal, segundo ele, é que o litro do combustível se situe mais próximo dos R$ 5. Acima disso, fica quase inviável para quem tira o sustento no trânsito.
"Realmente, os preços da gasolina nas bombas diminuíram. Mas acredito que podem cair mais. Não é aceitável que, num país como o Brasil, que é autossuficiente na produção de petróleo, os combustíveis sejam tão caros. A população não aguenta mais. Se o combustível sobe, tudo fica mais caro", acrescenta.
Também motorista por aplicativo, Pedro Silvério, 51, ressalta que ainda não entendeu a razão de a Petrobras ter de seguir os preços do mercado internacional para os combustíveis. "Isso não tem lógica, ganhamos em real, por que temos de pagar tudo em dólar?", questiona. "É inaceitável. O povo está revoltado", acrescenta.
O descontentamento da população em relação aos preços dos combustíveis, por sinal, entrou no debate político. O presidente Jair Bolsonaro pressiona o Congresso para que aprove uma das duas PECs que estão tramitando na Câmara e no Senado. As propostas reduzem tributos sobre a gasolina e o diesel. A equipe econômica, porém, é contra.
A tendência entre os parlamentares é de aprovarem o PLP 11, que muda a forma de tributação do ICMS sobre os combustíveis, mas o projeto original, que já teve aval da Câmara, recebeu uma série de emendas no Senado e se transformou num perigo para as contas públicas. Contrários a esse projeto de lei, os governadores congelaram por mais 90 dias a tabela do ICMS.
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