A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) está lançando a segunda etapa do programa Agro 4.0, que objetiva promover soluções tecnológicas no campo. O edital prevê a distribuição de R$ 1,5 milhão entre oito projetos considerados inovadores. Uma novidade no edital de 2022 é a possibilidade de o produtor realizar a inscrição utilizando o CPF, e não só o CNPJ. A mudança visa facilitar o acesso dos pequenos agricultores ao programa.
Em entrevista ontem ao programa CB.Agro — parceria do Correio com a TV Brasília — a assessora de Assuntos Estratégicos da ABDI, Marcela Carvalho, o agro é um dos setores que têm mais desafios a enfrentar no cenário brasileiro. Entre os maiores obstáculos estão a conectividade, a aprendizagem e a qualificação da mão de obra. "Programas como esses trazem o benefício de fazer projetos-pilotos, que demonstram a tecnologia para quem está no campo", ressaltou.
A primeira fase do Agro 4.0 foi lançada em dezembro de 2020 e abarcou 14 projetos de uso de tecnologia no agronegócio, em 12 unidades federativas. "Recebemos mais de 100 propostas, foram premiadas 14. Esses projetos agora estão em fase de finalização, vários deles já terminaram. O primeiro edital trouxe tão bons resultados que decidimos lançar o segundo, em parceria com o Ministério da Agricultura", contou Carvalho.
"Para cada um desses 14 projetos que conduzimos no ano passado, houve a exigência, colocada no edital, de que o produtor fizesse a difusão da tecnologia para mais 50 atores. Então, é irradiar, no campo, o conhecimento dos benefícios que a tecnologia pode trazer", observou.
A assessora explicou que o foco dos programas apoiados pela agência está sempre na redução de custos e no aumento de produtividade e da eficiência. "Conseguimos atingir resultados muito interessantes de economia de água, de energia, de tempo", detalhou Marcela Carvalho.
Segundo a especialista, o campo segue tendências irreversíveis de adoção de tecnologia, que resultará em melhoria da qualidade de vida de quem trabalha no setor e da produção de modo geral.
Uma das maiores apostas para alavancar o crescimento da agropecuária no Brasil é a chegada da tecnologia 5G, que promete levar conexão até os locais mais remotos, facilitando a implementação de outras tecnologias. "A gente não pode falar de adoção de tecnologia sem falar de conectividade, porque é isso que vai permitir essas soluções tecnológicas de cloud, de internet da coisas, de analytics", analisou a entrevistada. Conforme a visão de Carvalho, o 5G é uma "virada de jogo", tanto na indústria quanto no campo. "É por meio do 5G que a gente vai fazer essa produtividade escalar", disse.
*Estagiária sob a supervisão
de Odail Figueiredo
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