Materiais: alta supera 50% em dois anos

Correio Braziliense
postado em 22/02/2022 00:01

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontou que os custos com materiais de construção aumentaram mais de 50% em dois anos. Em relatório, a entidade mostrou que a variação dos preços, principalmente de ferro e aço, se mantém em alta neste início de 2022. As variações registradas no custo dos insumos, em 2020 e 2021, foram as maiores da série iniciada em 1997.

Para a CBIC, diversas foram as justificativas para explicar os aumentos dos preços dos insumos nos últimos dois anos. A desorganização das cadeias produtivas globais — em função da pandemia —, a desvalorização cambial e o aumento do preço de algumas commodities são alguns deles. "Seja qual for a razão, o certo mesmo é que essas elevações muito prejudicaram um desempenho mais satisfatório da construção civil", afirmou a CBIC no documento.

O economista do Insper Otto Nogomi, observou que três fatores devem ter contribuído para essa elevação. "A primeira é de natureza comportamental: no início da pandemia, as pessoas identificaram a necessidade de pequenos reparos em função do isolamento social e a permanência das pessoas por mais tempo dentro das residências", comentou. "A segunda, de natureza econômica, foi o auxílio emergencial: aqueles que não necessariamente dependiam deste programa, aproveitaram os recursos para fazer pequenos reparos nas residências", afirmou Nogomi.

Já a terceira causa, segundo o economista, e a mais importante, foi a permanência da taxa Selic em patamares baixos em 2020 e até meados de 2021. "Com isso, as aplicações financeiras migraram da renda fixa para fundos imobiliários, ou investimentos na construção civil", avaliou. Para Nogami, esse movimento resultou em pressão sobre os preços de insumos como cimento e tijolos, entre outros.

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