Energia

Petróleo se aproxima dos US$ 100

Gabriela Chabalgoity*
postado em 23/02/2022 00:01
 (crédito: Geraldo Falcão/Agencia Petrobras)
(crédito: Geraldo Falcão/Agencia Petrobras)

A escalada das tensões entre a Rússia e o Ocidente, por conta da iminente invasão da Ucrânia, provocou mais uma alta nos preços do petróleo, ontem. A cotação do óleo tipo Brent, principal referência no mercado internacional, subiu 0,92% e terminou o dia em US$ 93,85 por barril na bolsa de mercadorias de Londres. No mercado futuro, para entrega em abril, o valor chegou a US$ 96,84. Para analistas, é questão de tempo até que a commodity chegue à marca de US$ 100 por barril.

O banco suíço Julius Baer avalia que a cotação do barril deve chegar a três dígitos a curto prazo. Em relatório, a instituição afirmou que não é mais uma questão de "se", mas de "quando" a marca de US$ 100 será alcançada. "O mercado de petróleo se tornou um barômetro do medo para a crise na Ucrânia", diz o banco suíço.

Analistas apontam que, com a crise diplomática, as preocupações sobre interrupções no fornecimento de petróleo estão crescendo. O comércio de gás e petróleo da Rússia para o restante da Europa é substancial, avaliam.

Para a consultoria Capital Economics, se os fluxos de energia forem interrompidos, os preços do petróleo podem ficar em torno de US$ 120 a US$ 140 por barril, antes de voltar a cair à medida que o comércio for redirecionado.

Com a disparada das cotações do petróleo no exterior, a defasagem dos preços da gasolina e do diesel vendidos pela Petrobras no mercado interno se mantém elevada, o que aumenta a pressão para que a estatal reajuste os combustíveis no país. O cientista político André César observou que a empresa usa como parâmetro as cotações internacionais em dólares, portanto, "o impacto na economia do país é inevitável".

De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média do diesel está em 8%, e a da gasolina, em 11%. A entidade destaca ainda a pressão do dólar que, mesmo com viés de baixa, ainda se encontra em um patamar elevado.

Para equiparar aos preços internacionais, a Petrobras teria que elevar o preço interno, em média, em R$ 0,40 por litro. Segundo a Abicom, a defasagem da gasolina varia entre R$ 0,48 e R$ 0,16, dependendo do porto de chegada dos produtos.(Com Agência Estado)

*Estagiária sob a supervisão

de Odail Figueiredo

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