Entrevista | Pedro Guimarães |

Caixa atinge 600 mil empréstimos a prefeituras

Banco liberou saque do FGTS a moradores de Petrópolis por conta do estado de calamidade pública no município. E prepara internacionalização de operações

Michelle Portela
postado em 23/02/2022 00:01
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A Caixa já liberou o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por calamidade para as vítimas dos deslizamentos em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, atingida por fortes chuvas nos últimos dias, que deixaram quase 200 mortos. Em entrevista ao CB Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília —, o presidente da Caixa, Pedro Guimarãea também disse que o banco realizou 600 mil empréstimos para prefeituras, na sua gestão, e busca internacionalizar as operações com oferta de microcrédito.

Guimarães integrou a comitiva presidencial que sobrevoou a cidade fluminense na última semana. "Tivemos perdas de documentos, mas as imagens da cidade chocam. As imagens internas do momento em que funcionários ainda estavam dentro de uma agência em área de risco são impressionantes", disse.

A liberação do chamado saque-calamidade é uma forma de reduzir os danos financeiros decorrentes das fortes chuvas nas cidades. Para fazer o pedido, é preciso ter saldo positivo na conta do FGTS e não ter realizado saque pelo mesmo motivo em período inferior a 12 meses. O valor máximo para retirada é de R$ 6.220,00.

Além do saque-calamidade, quais medidas estão sendo tomadas para apoiar a população em Petrópolis?

O banco enviou um caminhão-agência e equipe de especialistas nas áreas de habitação, governo e FGTS para atender a população e prestar apoio técnico à prefeitura. Além do município fluminense, outros 52 obtiveram a liberação do saque-calamidade.

Como ocorre a liberação do FGTS para afetados por calamidade?

Temos demanda o tempo inteiro. Mas não podemos liberar sem que a prefeitura apresente um plano. Por lei, só podemos liberar o saque aos beneficiários se a prefeitura tiver um plano apresentado e validado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Toda prefeitura pode solicitar a liberação do auxílio-calamidade, mas o plano não precisa pedir a liberação do auxílio a uma cidade inteira. A solicitação pode ser para bairros específicos, por exemplo, desde que atingidos por calamidades.

Outras prefeituras pediram socorro durante a pandemia? Não apenas sobre o saque-calamidade.

A Caixa fez nesta gestão, em média, 600 mil empréstimos para prefeituras. Antes, essa média era de 20 mil. Para isso, reduzimos o teto do empréstimo para prefeituras em até R$ 100 milhões para equilibrar o acesso ao recurso. Existia uma média de R$ 12 milhões por município, mas havia prefeituras com empréstimos muito maiores. Por isso, criamos uma média que organiza o acesso aos recursos, que são escassos.

O que a Caixa faz para ampliar a sua carteira de negócios?

A Caixa está investindo na conquista de novos clientes em mercados internacionais de microcrédito, com prioridade a países do leste da África e na Ásia, como Quênia e Bangladesh, respectivamente. Estamos viajando para essas regiões a partir desta quinta-feira (24), para criar operações de microcrédito. O Quênia tem a maior operação de microcrédito da África, e Bangladesh, a maior do mundo.

Entre as medidas anunciadas da expansão dos negócios, a Caixa atingiu a meta de contratação de pessoas com deficiência (PcD)?

A Caixa alcançou a média de 5% de empregados com deficiência, prevista na Lei Federal 8.213, de 1991, com a convocação de novos 992 empregados para reforçar o atendimento nas agências em todo o Brasil. No total, a Caixa possui 4,4 mil empregados PcD.

 

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