AGRICULTURA

Ministra anuncia criação de programa nacional de fertilizantes em live

Segundo Tereza Cristina, da Agricultura, guerra entre Rússia e Ucrânia impacta importação de fertilizantes. Durante live de Bolsonaro nesta quinta, ela prometeu entregar um plano em março

Diante dos prejuízos causados pela dependência da agricultura brasileira de fertilizantes provenientes dos países do leste europeu, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que um programa nacional de fertilizantes estará nas mãos do presidente Jair Bolsonaro (PL) até o fim de março.

Tereza Cristina afirmou, durante a live do presidente nesta quinta-feira (3/3), que a proposta está sendo estudada desde 2019 e que agora chegaram a um plano mais robusto para apresentar. A chefe da pasta ainda admitiu que, enquanto houver guerra entre Rússia e Ucrânia, não será possível restabelecer a importação de fertilizantes.

“O problema não é a Rússia restabelecer. O que nós temos é uma suspensão desse comércio porque não temos como pagar e nem temos navios seguros para poder carregar esses fertilizantes. O problema é a guerra, enquanto estiver acontecendo a guerra é totalmente descartada a possibilidade de receber daqueles dois países: Rússia e Belarus”, disse.

Bolsonaro também disse que, se o Brasil explorasse a foz do Rio Madeira, teria insumo para mais de 200 anos. “Temos tudo para dar certo aqui e nem precisávamos estar importando lá de fora. Estaríamos livres. Um país que é dependente de outro pode, num momento como esse, sofrer consequências sérias. Agora, temos uma crise mundial no tocante à produção de fertilizantes."

Tereza Cristina, por sua vez, afirmou que o plano será apresentado até o fim de março, e vai indicar como chegar à autossuficiência. Além disso, a proposta poderá trazer mais facilidade em atrair investimentos para ureia e amônia no Brasil. “Aí vai para a mão do Congresso Nacional. Faz parte da segurança alimentar do Brasil. É um item muito importante colocar como política nacional”, disse.

Bolsonaro também observou o efeito cascata que a dependência dos insumos agrícolas traz. “Não é porque a Rússia não vai mais nos fornecer [fertilizantes]. Se eu for comprar em outro país, o preço vai subir. Aumentou a procura, a oferta está estabilizada, aumenta o preço. Aumentou o fertilizante vai aumentar na ponta da linha tudo o que a gente produz no campo”, disse.

Mesmo assim, o presidente ainda criticou quem cobra um posicionamento mais firme com relação ao conflito e afirmou que “o Brasil continua em uma posição de equilíbrio com os dois países”, pois, “não temos a capacidade de resolver esse assunto”. Logo, segundo o presidente, o equilíbrio "é a posição mais sensata por parte do governo federal”.

“Nós torcemos e faremos o que for possível faremos pela paz, a guerra não vai produzir efeitos benéficos para nenhum país nem para o mundo. As consequências estão aí, o preço do petróleo disparou. Por sorte, o dólar caiu para R$ 5,03. A gente espera que amanhã (sexta) caia abaixo, o que ajuda a equilibrar no preço do combustível”, continuou.

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