Mais pressão inflacionária

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), avaliou, ontem, que a crise provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia pode influenciar pressões inflacionárias que já estavam presentes no Brasil. Segundo o Comitê, o risco pode exigir uma alta ainda maior da taxa básica de juros brasileira, a Selic. As observações constam na ata da última reunião do comitê, realizada na semana passada.

Segundo o Comitê, o conflito entre Rússia e Ucrânia levou a um agravamento das condições financeiras e aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial. "Em particular, o choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas", explica o Copom.

De acordo com o documento emitido pelo comitê, esses desenvolvimentos podem ter consequências de longo prazo e se traduzirem em pressões inflacionárias mais prolongadas na produção global de bens. Na última atualização, o BC aumentou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, ao patamar de 11,75% ao ano, reduzindo a intensidade do aperto monetário após três altas consecutivas de 1,5 ponto.