Governo

BC: inflação terá pico em abril, depois recuará

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse, ontem, que a previsão é de mais uma alta da inflação para o próximo mês. A expectativa é de que ela chegue "ao pico", com o IPCA em torno de 10,54%, e depois caia.

"A gente estima que o número [de inflação] de curto prazo seja um pouco mais alto do que a gente tinha imaginado anteriormente", disse Campos Neto em evento do Tribunal de Contas da União e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

O presidente do BC comentou, também, sobre o conflito no Leste Europeu. Disse haver uma percepção crescente, nos países, de que há um problema de inflação "mais grave" do que se imaginava.

Apesar disso, as expectativas do presidente do Banco Central para o Brasil são boas. Ele considera positiva, por exemplo, a entrada de investimento estrangeiro para o Brasil, e que o país poderá aproveitar essa oportunidade para ter uma melhor inserção no mercado global.

"(A guerra) Significa para o mundo um período relativamente longo de menos crescimento e mais inflação. Para o Brasil, a gente vê o seguinte: positivo para os minerais, porque é exportador; a parte de alimentos, se o Brasil tiver fertilizantes, sobe", elencou. "A parte de derivados fósseis é um problema. Mas também uma oportunidade, pois o Brasil não se inseriu nas cadeias globais de valor. Agora temos a chance", concluiu.